Cidades • 08:05h • 31 de dezembro de 2025
2025 em retrospectiva: os fatos que marcaram Assis e a região no noticiário do Âncora 1
Do alerta fiscal à virada cultural, do caos urbano às conquistas institucionais, o ano revelou avanços, tensões e decisões que moldaram Assis ao longo de 2025
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Arquivo/Âncora1
O ano de 2025 foi marcado por contrastes em Assis. Enquanto a cidade fechou o período com repasses próximos de R$ 100 milhões em ICMS, anunciou dívidas herdadas, enfrentou vandalismo recorrente, incêndios, enchentes e crises urbanas, mas também avançou em saúde, educação, cultura, esporte, turismo e planejamento urbano. Ao longo de janeiro a dezembro, o Âncora 1 acompanhou semanalmente os principais acontecimentos que impactaram diretamente a vida da população, construindo um retrato fiel de um ano intenso, complexo e decisivo para o município e seu entorno.
Janeiro: posse, crise financeira e transporte em colapso
O ano começou com a posse da prefeita Telma Spera, do vice-prefeito Alexandre “Cachorrão” e dos novos vereadores, em cerimônia realizada no Teatro Municipal no dia 2 de janeiro. O início da nova legislatura chamou atenção por um dado simbólico, a Câmara Municipal passou a ser composta exclusivamente por homens, sem nenhuma vereadora eleita, apesar de o Executivo ser liderado, pela primeira vez, por uma mulher.
Ainda em janeiro, no dia 29, a prefeita anunciou publicamente uma crise financeira, revelando uma dívida de aproximadamente R$ 35 milhões herdada pela administração. A declaração gerou forte repercussão e abriu o debate sobre a situação real das contas públicas, especialmente quando comparada, meses depois, aos dados consolidados de arrecadação de ICMS.
O começo do ano também foi turbulento no transporte público regional. Cidades como Pedrinhas Paulista, Echaporã, Florínea e Cândido Mota enfrentaram interrupções no serviço após problemas contratuais. A empresa Guerino Seiscentos assumiu a operação, normalizando o atendimento, mas o transtorno marcou negativamente os primeiros dias de 2025.
Fevereiro: moradia, carnaval e novos espaços urbanos
Em fevereiro, a Prefeitura realizou a entrega de 581 casas no Residencial Bela Vista 2, um dos principais avanços na área habitacional do ano, atendendo famílias que aguardavam moradia há anos.
O Carnaval de Assis também foi destaque, com programação considerada positiva pela população, reforçando o calendário cultural da cidade.
No dia 18, noticiamos o lançamento do Vila Agro e o novo espaço de eventos CEAGESP, também renomeado pela gestão atual. A proposta era transformar o local em ponto fixo de gastronomia, música e convivência, com eventos semanais às sextas-feiras, iniciativa que ganhou adesão ao longo do ano.
Março: infraestrutura, economia e mudanças na saúde
Março foi marcado por obras importantes de infraestrutura viária, com destaque para a conclusão do recapeamento da Rodovia Benedito Pires, no trecho Assis x Cândido Mota, uma reivindicação antiga da população.
No campo institucional, Kiko Binato tomou posse como presidente da ACIA (Associação Comercial e Industrial de Assis), com Tatiana Rapchan na vice-presidência, para o biênio 2025 - 2027, em cerimônia realizada no final do mês.
Na saúde, a Santa Casa de Assis assumiu a gestão da UPA, ampliando sua atuação no atendimento público e regional.
Abril: religião, urbanismo e o início da crise da FICAR
Em abril, Assis acompanhou com comoção a morte do Papa Francisco, noticiada logo após a Páscoa. Celebrações religiosas foram realizadas na cidade. O período também marcou a eleição e entrada do Papa Leão XIV, um acontecimento histórico acompanhado de perto pela comunidade católica local.
Ainda em abril, a Prefeitura anunciou a construção de sanitários acessíveis no Parque Buracão, promessa que passou a ser acompanhada com expectativa e que deverá ser fiscalizada em 2026 quanto à efetiva entrega e condições de uso.
No dia 4 de abril, a Associação Assisense de Rodeios anunciou o rompimento com a FICAR, afirmando que não realizaria o evento. A Prefeitura, por sua vez, não cancelou oficialmente a feira, gerando um mal-estar público, críticas e ruídos na comunicação, episódio que marcaria toda a trajetória da FICAR ao longo do ano.
Também em abril, o Âncora 1 esclareceu que o Poupatempo permaneceria em seu local atual, após rumores de mudança que circularam na cidade.
Maio: cultura, solidariedade e vandalismo recorrente
Maio concentrou eventos culturais relevantes e também episódios críticos. Assis sediou a 7ª edição do Rotary Day, evento de solidariedade e serviços à comunidade.
No fim do mês, a cidade recebeu o Assis RockFest 2025, com dois dias de programação e grande público. No encerramento do ano, veio a notícia de que não haverá edição em 2026, por incompatibilidades organizacionais, com promessa de retorno apenas em 2027, fechando simbolicamente um ciclo cultural iniciado meses antes.
O mês também escancarou um problema crônico de furtos de fiação e vandalismo. Criminosos invadiram o espaço do CEAGESP, danificando a rede elétrica e afetando estruturas do Vila Agro. Houve ainda furto de medidores e cabos de energia, e roubo de placas de túmulos no cemitério, motivado pelo valor do metal, causando indignação às vésperas do Dia das Mães.
Outro ponto crítico foi o Mercado Municipal, que, mesmo após promessas de campanha, seguia em estado de abandono um ano após a mudança de gestão, com comerciantes resistindo e espaços sendo usados como depósito e ninho de pombas. Um problema para a saúde pública.
Junho e julho: aniversário da cidade, enchentes, incêndios e tensão urbana
Assis completou 120 anos em 1º de julho de 2025, com programação entre 29 de junho e 6 de julho, incluindo eventos culturais e a segunda etapa da Corrida de Kart comemorativa.
Julho, porém, também foi marcado por episódios graves. A cidade enfrentou enchentes significativas, com danos próximos à Câmara Municipal, reacendendo o debate sobre drenagem urbana e contenção de cheias.
No dia 21 de julho, a Catedral de Assis teve um princípio de incêndio na cúpula, ficando interditada por dias até liberação da Defesa Civil.
Houve ainda depredação de prédio público destinado ao projeto Integra Vida, vandalizado em junho, gerando custos diretos ao município e atrasos em políticas públicas.
A SP-333, entre Assis e Tarumã, teve finalmente 100% do trecho liberado, após anos de espera e registros de acidentes graves.
Agosto: planejamento urbano e educação em destaque
Em agosto, a Prefeitura anunciou a atualização do Plano Diretor, encerrando um hiato de quase duas décadas, já que o anterior era de 2006.
A FEMA consolidou-se como protagonista do ano, com novos cursos, pós-graduações, eventos de inovação, viagens técnicas e ações esportivas, como corridas, fortalecendo Assis como polo regional de formação e especializações médicas.
Segundo semestre: saúde, esporte, turismo, cultura e memória
Ao longo do segundo semestre, Assis avançou na saúde com a inauguração da UBS da Vila Fiuza, com 90% dos recursos garantidos pela gestão atual, e a abertura do Pronto Atendimento Maria Isabel, com atendimento 24 horas exclusivo para moradores da cidade. Os casos de escorpião assustaram os assisenses.
A cidade recebeu reconhecimento do SEBRAE, tornando-se referência regional em desenvolvimento econômico, conquista inédita. O Sebrae Assis em parceira com a ACIA realizou o Prospera 2025, um evento que reuniu empreendedores locais e palestras.
No esporte, o Assis Rugby comemorou 10 anos, conquistou acesso à Série B do Paulista e chegou à final. O VOCEM, por outro lado, não se classificou e anunciou nova comissão técnica para 2026.
A Queima do Alho, em prol da APAE, reforçou o calendário solidário. A Feira do Rock, mensal, ocupou a Praça da Concha Acústica. O Galpão Cultural realizou o 2º Festejo do Vale do Paranapanema, a Feira da Economia Solidária, além de outros eventos relevantes, como a Feira da Noite que mudou de endereço e está em frente à praça da Bandeira toda terça.
O Cine Piracaia iniciou nova fase em Assis com exibição de longas metragens gratuitas, uma parceria entre a FEMA e Secretaria da Cultura.
Turismo, meio ambiente, responsabilidade social e dados oficiais
Em dezembro, Assis entrou oficialmente no Mapa do Turismo Brasileiro, conquistando dois certificados inéditos do Ministério do Turismo, ampliando perspectivas econômicas.
A cidade também publicou decreto de despoluição dos lagos e recuperação de nascentes, tema sensível ao meio ambiente local.
O IBGE 2025 apontou Assis com 105 mil habitantes. A soma regional chega a 303 mil pessoas, dado que reforça o papel estratégico do município.
A APDESP inaugurou a primeira residência inclusiva, colocando a cidade na vanguarda da inclusão social.
Economia e ICMS: o fio condutor do ano
Durante todo o ano, o Âncora 1 acompanhou semanalmente os repasses de ICMS da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Em 30 de dezembro, Assis recebeu mais de R$ 2 milhões, fechando 2025 com quase R$ 100 milhões em repasses, contraste direto com a dívida de R$ 35 milhões anunciada no início do ano, alimentando o debate público sobre gestão, prioridades e investimentos.
Cultura, conflitos e encerramento simbólico
A trajetória da FICAR 2025 resumiu bem o ano. Começou com anúncio de cancelamento, passou por mal-estar público, críticas à gestão, reformulação da programação no aniversário da cidade, e terminou com a realização do evento em novembro, com boa adesão, mas também questionamentos sobre impacto econômico no período natalino e promessas de investimentos futuros no local que ainda não foram divulgadas.
O ano também foi marcado por incêndios criminosos, inclusive no Ecoponto e em áreas de armazenamento de pneus, reforçando a preocupação ambiental e de segurança.
Casos históricos de avistamentos de OVNIs, completando 30 anos, e debates sobre retomada de voos comerciais no Aeroporto de Assis, com estudos para ligação a Viracopos e Guarulhos, também integraram o noticiário.
Encerramento do ano
O ano de 2025 não foi simples para Assis. Foi intenso, contraditório, desafiador e, ao mesmo tempo, cheio de avanços estruturais. Entre crises herdadas, vandalismo recorrente, promessas em andamento e conquistas inéditas, a cidade encerra o período com mais planejamento, mais dados, mais consciência pública e uma população atenta. A retrospectiva construída ao longo do ano pelo Âncora 1 se consolida como registro fiel de um ciclo que ainda terá desdobramentos em 2026.
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