Economia • 12:06h • 29 de maio de 2025
Você trabalhou até esta quinta (29) só para pagar impostos; e só começa a lucrar a partir de sexta (30)
Foram 149 dias para pagar tributos: brasileiro só vê o próprio dinheiro a partir desta sexta
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da IBPT via NA Comunicação | Foto: Arquivo/Âncora1

Nesta quinta-feira, 29 de maio, os brasileiros finalmente atingem um marco simbólico e preocupante: o “Dia da Liberdade de Impostos”. Isso porque, segundo o estudo mais recente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o trabalhador brasileiro precisou de 149 dias, do início do ano até hoje, apenas para pagar tributos, taxas e contribuições. Em 2025, a carga tributária efetiva no país chegou a 40,82% da renda média do contribuinte.
O levantamento, elaborado com base em dados de maio de 2024 a abril de 2025, mostra que, apesar de pequenas variações anuais, a alta carga tributária persiste e compromete uma parcela significativa do rendimento dos brasileiros. O impacto maior recai sobre o consumo: 83 dos 149 dias de trabalho são dedicados apenas aos impostos sobre produtos e serviços básicos. Já a tributação sobre a renda consome 55 dias, e sobre o patrimônio, 11 dias.
Para quem recebe até R$ 3 mil mensais, o peso é proporcional: esse grupo também trabalha até 29 de maio para quitar seus tributos. A classe média, com rendimentos entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, trabalha até 22 de maio, enquanto os contribuintes com mais de R$ 10 mil mensais estendem o esforço até 5 de junho, devido à incidência mais elevada de Imposto de Renda.
Na comparação internacional, o Brasil ocupa a 14ª posição entre os países com maior carga tributária em relação ao PIB. No entanto, a diferença é que países como Alemanha, Dinamarca e Itália, apesar de exigirem até 153 dias de trabalho para pagamento de tributos, oferecem serviços públicos muito mais eficientes e abrangentes.
“É estarrecedor constatar que, mesmo após décadas de alta carga tributária, o cidadão ainda não vê esse dinheiro se traduzir em saúde, segurança, transporte ou educação de qualidade”, aponta João Eloi Olenike, presidente executivo do IBPT.
Além da pressão fiscal histórica, o estudo destaca mudanças recentes que agravaram o cenário de 2025, como a reoneração da folha de pagamento, o aumento do ICMS em diversos estados e a nova cobrança sobre o comércio eletrônico internacional por meio do Programa Remessa Conforme.
O histórico evidencia uma escalada contínua: em 1970, o brasileiro trabalhava apenas 76 dias por ano para pagar tributos. Hoje, esse tempo é mais que o dobro. “A carga aumentou, mas o retorno social não acompanhou esse crescimento. A Reforma Tributária precisa corrigir essas distorções, tornando o sistema mais justo, progressivo e eficiente”, reforça Olenike.
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