Saúde • 15:39h • 30 de março de 2025
Viuvez e solidão: um estudo revela os impactos emocionais universais
Pesquisa mostra que a solidão após a morte de um cônjuge afeta igualmente homens e mulheres, independentemente de sua saúde, riqueza ou apoio social
Da Redação | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Divulgação

A perda de um cônjuge é um dos eventos mais dolorosos na vida de uma pessoa, e um novo estudo realizado pela Universidade de Monash traz à tona a magnitude desse impacto emocional, revelando que, independentemente de fatores como apoio social, saúde ou riqueza, a solidão após a morte do parceiro é uma experiência universal.
O estudo, publicado na revista Archives of Gerontology and Geriatrics, foi liderado pela especialista em solidão Dra. Rosanne Freak-Poli e envolveu uma análise abrangente de dados de 749 viúvos, comparados com 8.418 casados. Os pesquisadores acompanharam os efeitos da perda conjugal de três anos antes até três anos após o falecimento do cônjuge.
“Descobrimos que a solidão relacionada ao luto conjugal ocorreu independentemente do isolamento social ou do apoio social recebido. Não importa o quanto uma pessoa seja autossuficiente ou saudável, a perda do cônjuge causa uma solidão profunda”, explicou a Dra. Freak-Poli. O estudo revelou que, embora algumas subpopulações, como os homens mais ricos, tenham mostrado uma proteção temporária contra a solidão, a eficácia desse "escudo" foi de apenas dois anos. A solidão persiste de maneira intensa, independentemente da condição financeira, saúde ou rede de apoio.
Para os homens, a solidão relacionada ao luto foi mais pronunciada nas áreas rurais e para aqueles em situação de pobreza. “Homens que vivem em grandes cidades tendem a começar com menos isolamento social, mas durante o luto, eles não experimentam as melhorias que os homens das áreas rurais ou remotas têm em seus níveis de isolamento”, afirmou o co-pesquisador Dr. Achamyeleh Teshale, da Universidade de Monash.
Para as mulheres, a solidão exacerbada pelo luto também foi fortalecida por condições como o nascimento em países não-ingleses, a pobreza e questões de saúde mental a longo prazo. No entanto, fatores como emprego ou voluntariado ajudaram a suavizar o impacto da viuvez.
Dra. Freak-Poli alerta que, apesar de iniciativas para aumentar o apoio social, elas não são suficientes para amenizar a dor da perda. “O que é realmente necessário é uma abordagem personalizada, onde o foco seja criar novas conexões sociais e ajudar o indivíduo a formar uma nova identidade, separada da figura do casal”, explicou.
Além disso, o Dr. Htet Lin Htun destacou a crescente tendência de prescrição social, onde os profissionais de saúde recomendam atividades adaptadas, como grupos de caminhada ou aulas de culinária, para ajudar as pessoas a superarem o luto e reconstruírem suas rotinas. A pesquisa sugere que abordagens mais personalizadas e adaptativas, centradas nas necessidades dos indivíduos, podem ser fundamentais para ajudar os viúvos a lidar com a solidão a longo prazo.
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