Economia • 17:01h • 17 de julho de 2025
Vinho em taça: oportunidade para bares e restaurantes de Assis se destacarem
Pesquisa nacional da Abrasel mostra tendências e orienta empresários locais sobre como ampliar as vendas com estratégias simples e acessíveis
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Abrasel | Foto: Divulgação

Em Assis, assim como em todo o interior paulista, bares e restaurantes vêm se modernizando e buscando formas de diversificar o cardápio para atrair mais clientes. Um dos caminhos mais promissores para isso é a venda de vinhos. Segundo a edição de junho da Pesquisa Nacional de Conjuntura Econômica da Abrasel, 48% dos estabelecimentos brasileiros afirmam vender vinhos, mostrando que o produto já ocupa espaço importante no setor.
A pesquisa, que ouviu 2.649 empreendedores, revela que o formato mais presente nos estoques é a garrafa de 750 ml, vendida por 90% dos estabelecimentos que trabalham com vinho. A venda em taça, presente em 65% dos bares e restaurantes pesquisados, surge como estratégia importante para democratizar o consumo: 80% cobram até R$30 pela taça, tornando o vinho mais acessível para quem quer experimentar sem comprometer o bolso.
Essas práticas podem inspirar os empresários de Assis a olharem com atenção para o potencial do produto. Afinal, a venda de vinho ocupa hoje o terceiro lugar entre as bebidas alcoólicas mais comercializadas no setor de alimentação fora do lar, atrás da cerveja (vendida por 74% dos estabelecimentos) e dos destilados (50%). Para quem busca aumentar o tíquete médio e oferecer uma experiência mais rica, há muito espaço para crescer.
Entendendo a demanda local
Entre os 52% dos estabelecimentos no Brasil que não vendem vinhos, os principais motivos são a percepção de que a bebida não combina com o tipo de negócio (51%) e a baixa demanda dos clientes (32%). Em Assis, esses fatores também podem estar presentes, especialmente em negócios mais tradicionais ou voltados para públicos específicos.
Mas a pesquisa da Abrasel alerta para um ponto importante: 13% dos bares e restaurantes que não vendem vinhos afirmam não ter conhecimento suficiente sobre o produto. Esse fator pesa muito, pois quando a equipe não sabe sugerir ou explicar, a venda simplesmente não acontece.
A importância do atendimento
Para mudar esse cenário, o treinamento da equipe é apontado como um dos passos mais simples e eficazes. Segundo o consultor e especialista em vinhos Diego Bertolini, "quando o garçom sabe explicar, sugerir e harmonizar, o vinho naturalmente passa a vender mais". Em Assis, onde o atendimento pessoal ainda é um dos grandes diferenciais, preparar os colaboradores para falar sobre o vinho pode transformar a percepção do cliente e impulsionar as vendas.
Bertolini destaca ainda o potencial dos formatos alternativos. A venda em taça facilita o consumo com preços mais acessíveis e permite que o cliente experimente sem compromisso. Outro exemplo é o bag-in-box, um sistema onde o vinho vem em uma bolsa plástica com torneira, dentro de uma caixa de papelão. Essa embalagem, usada hoje por 15% dos estabelecimentos que vendem vinho no Brasil, reduz desperdício, garante qualidade por mais tempo e oferece excelente margem de lucro na venda por taça.
Compra, armazenamento e estrutura
A pesquisa também revela que 71% dos estabelecimentos compram vinhos de distribuidoras, 37% de importadoras e 26% de atacarejos. Em termos de armazenamento, 42% têm adegas climatizadas, mas muitos ainda usam geladeiras comuns (29%).
Isso serve de recado direto para Assis: começar a vender vinhos não exige investimento pesado em infraestrutura. Segundo Bertolini, “freezers e geladeiras comuns são suficientes para espumantes, vinhos brancos, rosés e até tintos mais leves, desde que com cuidado”. Em uma cidade com clima quente como Assis, manter os vinhos bem armazenados com os equipamentos que o bar ou restaurante já possui pode ser um primeiro passo viável.
Avançando com estratégia
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, os dados mostram que há espaço para ampliar a presença do vinho no setor com ações simples: “O vinho está ganhando espaço, mas ainda é visto como um produto de nicho. Com capacitação, parcerias com fornecedores e formatos mais acessíveis, é possível ampliar a presença da bebida no setor e oferecer uma experiência mais rica ao consumidor.”
Em Assis e cidades da região, como Pedrinhas Paulista, cidade tradicionalmente com laços italianos, isso significa mais do que apenas vender uma bebida: é uma oportunidade de agregar valor à experiência gastronômica, fidelizar clientes e diferenciar o estabelecimento em um mercado competitivo.
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