• Quatá abre inscrições para oficina gratuita de design de sobrancelhas a partir desta quarta-feira
  • Feira da Economia Solidária celebra raízes ancestrais com cultura, arte e saberes populares na Unesp de Assis
  • Rede nacional cria ações de apoio emocional para mulheres negras do Direito
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 08:32h • 22 de março de 2025

Vacina nacional deixará Brasil mais perto da erradicação da dengue?

Brasil avança na vacinação contra a dengue, mas controle do mosquito continua essencial Com a produção nacional da vacina a partir de 2026, o país amplia a proteção contra a doença, mas especialistas alertam que a erradicação depende de ações combinadas

Da Redação com informações da Fiocruz | Foto: Arquivo Âncora1

De acordo com informações do Ministério da Saúde, serão 60 milhões de doses por ano, com início da campanha já em 2026.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, serão 60 milhões de doses por ano, com início da campanha já em 2026.

O anúncio de que o Brasil terá disponível uma vacina contra a dengue fabricada nacionalmente a partir do próximo ano é um avanço considerável no combate à propagação da doença. Com a produção em larga escala, o país dá um passo significativo para ampliar a proteção da população. No entanto, o imunizante por si só não significa o fim da arbovirose.

Em entrevista ao podcast Repórter SUS, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirma que há poucas nações no planeta que contam com o “privilégio” de ter acesso às doses e que a vacinação coloca o Brasil em um lugar único. Ainda assim, o especialista ressalta que a imunização não tem o potencial de erradicar a dengue. Segundo Kfouri, o trabalho de controle da doença é necessariamente multifatorial.

“A dengue é uma doença de difícil controle do vetor em um país como o nosso, onde as oportunidades do mosquito se proliferar são enormes por questões climáticas, sociodemográficas, econômicas e sanitárias. Esgotos, lixões, construções – nosso urbanismo favorece muito a proliferação do mosquito. Então, eu vejo com muita esperança a possibilidade de contarmos com vacinas, mas como uma ferramenta adicional. Vamos ter que continuar controlando o mosquito, mas somando-se a essa estratégia de vacinação, conseguimos minimizar esse impacto tão grande e sofrido que a dengue tem sido para a nossa população”.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, serão 60 milhões de doses por ano, com início da campanha já em 2026. O público-alvo da primeira fase de produção será a população com idade entre 2 e 59 anos. O governo federal anunciou um investimento de R$ 68 milhões para a produção das doses iniciais.

O valor está inserido em um investimento total de R$ 1,26 bilhão na parceria entre Instituto Butantan e a empresa internacional WuXi Biologics, por meio do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde, com auxílio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Brasil é o primeiro país do mundo a disponibilizar a vacina gratuitamente como política pública.

Essa não é a primeira vez que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza uma vacina contra a dengue gratuitamente. Desde janeiro de 2024, a vacina japonesa Qdenga é oferecida no SUS, mas o número de doses produzidas pelo fabricante é baixo. Isso levou o Ministério da Saúde a estabelecer públicos-alvo mais restritos e específicos. Inicialmente, a campanha foi voltada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, em cidades com cenário mais crítico.

Ainda assim, mesmo para a parcela da população que podia ser vacinada e nos municípios selecionados para receber o imunizante, a procura foi baixa. No início deste ano, a Sociedade Brasileira de Imunizações emitiu um alerta relativo à adesão insuficiente. Apenas metade das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde havia sido aplicada.

Renato Kfouri afirma que existem diversos fatores para esse cenário e o baixo número de doses está entre eles. No entanto, ele ressalta a necessidade de ações como a ampliação dos locais de vacinação e a informação sobre a disponibilidade das doses.

“Tivemos que começar pelos adolescentes e vacinar adolescentes não é tarefa fácil. Tivemos também outro grande problema: já que não eram todos municípios, não tivemos uma campanha nacional em que pudéssemos convocar a todos. Ficou a cargo de cada município fazer sua campanha de informação à população. Nós tivemos aí mais um cuidado em relação à segurança das vacinas, que foi somente fazer vacina em unidades de saúde. A vacinação extramuros, por exemplo, em escolas, que seria uma grande saída para vacinar adolescentes, foi interrompida. Felizmente, nós pudemos agora reverter um pouco dessa situação, possibilitando uma flexibilização para municípios”.

Apesar do cenário desafiador em 2024, que registrou números recordes demais de 6,6 milhões de casos prováveis e 6.103 mortes por dengue, os dados mais recentes do Ministério da Saúde indicam uma queda de quase 70% no número de pessoas infectadas pela dengue nos meses de janeiro e fevereiro de 2025.

Para Renato Kfouri, a chave para um controle efetivo e duradouro da dengue reside na continuidade e na abrangência das políticas públicas: “não há dúvida de que a dengue é uma doença em franca expansão no planeta. A despeito de nós termos as condições sanitárias e tudo o que elencamos como grandes propagadores do mosquito e, consequentemente, da doença, temos que lembrar que as alterações climáticas têm se refletido na ocorrência de casos em lugares inimagináveis. Ou seja, há um potencial de expansão. Hoje metade da população mundial vive em países de risco para dengue. Então, as estratégias de controle precisam ser políticas públicas de continuidade. As arboviroses ou doenças transmitidas por vetores como os mosquitos são um problema para hoje e para amanhã no país e em todo o mundo”.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Economia • 20:35h • 12 de novembro de 2025

Festas milionárias ainda pagam pouco a freelancers e microfornecedores

Modelo de subcontratações sucessivas e cobrança de comissões reduz remuneração de quem executa o serviço final

Descrição da imagem

Economia • 19:41h • 12 de novembro de 2025

90% dos brasileiros usam antecipação salarial para despesas básicas, revela pesquisa

Benefício corporativo cresce como alternativa ao crédito com juros altos e melhora o bem-estar financeiro dos trabalhadores

Descrição da imagem

Mundo • 18:36h • 12 de novembro de 2025

Fracassar é preciso: como o erro se tornou o caminho mais seguro para o sucesso

Estudos de Harvard, Stanford e Deloitte mostram que aprender com falhas aumenta a resiliência, acelera a inovação e fortalece lideranças

Descrição da imagem

Cidades • 17:56h • 12 de novembro de 2025

Maracaí oferece curso gratuito de operação de colhedora automotriz de cana-de-açúcar; vagas são limitadas

A capacitação é voltada a maiores de 18 anos e acontece entre os dias 17 e 22 de novembro no Sindicato Rural

Descrição da imagem

Educação • 17:27h • 12 de novembro de 2025

FEMA leva experiência universitária a estudantes do ensino médio de Assis

Visitas a escolas ampliam o diálogo sobre carreira e ajudam jovens na escolha profissional

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 17:01h • 12 de novembro de 2025

Turismo do sono ganha força e transforma o ato de viajar em experiência de bem-estar

Hotéis apostam em ambientes silenciosos, terapias sensoriais e serviços personalizados para promover noites de descanso profundo

Descrição da imagem

Cidades • 16:31h • 12 de novembro de 2025

Palmital abre matrículas para o ano letivo de 2026 na Rede Municipal de Ensino

Pais e responsáveis devem procurar a escola mais próxima para garantir a vaga das crianças

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 16:10h • 12 de novembro de 2025

O elo humano da era digital: por que a segurança online começa com pessoas

Com 84% das tentativas de ataques cibernéticos da América Latina concentradas no Brasil, especialistas alertam que o principal risco ainda é humano, não tecnológico

As mais lidas

Mundo

Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda

Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?