Saúde • 14:41h • 02 de setembro de 2025
Vacina de zóster mostra potencial na prevenção de doenças do coração
Imunizante está disponível apenas na rede privada do Brasil
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1

A vacina contra o herpes-zóster, conhecida como “cobreiro”, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares graves, como infarto e AVC. Uma revisão de estudos mostrou que adultos vacinados entre 18 e 50 anos tiveram 18% menos risco, e os acima de 50 anos, 16% menos.
O trabalho reuniu 19 pesquisas internacionais e foi apresentado pelo médico Charles Williams, da biofarmacêutica GSK, durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2025, em Madri. Os dados indicam que a imunização pode evitar de 1,2 a 2,2 eventos cardiovasculares a cada mil pessoas por ano.
Apesar dos resultados, Williams reforça que ainda são necessários mais estudos para confirmar a relação direta entre a vacina e a redução de infartos e AVCs. O infectologista Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), concorda. Ele lembra que outros fatores de risco — como obesidade, hipertensão e diabetes — também influenciam nas doenças do coração. Ainda assim, cita exemplos de vacinas, como a da gripe, que já mostraram reduzir eventos cardiovasculares.
No Brasil, a vacina contra o herpes-zóster está disponível apenas na rede privada. O preço varia de R$ 850 a R$ 1 mil por dose, e o esquema completo exige duas aplicações, totalizando até R$ 2 mil. O Ministério da Saúde estuda a possível inclusão no calendário do SUS, mas ainda não há decisão.
O que é o herpes-zóster?
A doença é causada pelo mesmo vírus da catapora, o Varicela-Zóster. Depois da infecção inicial, o vírus pode ficar “adormecido” no organismo e reativar na vida adulta, especialmente em idosos ou pessoas com baixa imunidade.
Os sintomas incluem dor nos nervos, formigamento, coceira e lesões vermelhas na pele, mais comuns nas regiões torácica e cervical. As complicações mais graves são a neuralgia pós-herpética (dor crônica que pode durar meses ou anos) e o herpes oftálmico, que pode causar perda de visão.
Contexto global
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo, responsáveis por 31% dos óbitos globais — cerca de 17,9 milhões de mortes em 2016, das quais 85% foram por infarto ou AVC.
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