Ciência e Tecnologia • 13:10h • 21 de julho de 2024
USP: molécula que pode inibir a progressão de leucemia passa por testes
Nova molécula testada na USP pode revolucionar tratamento da leucemia
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Divulgação
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP testaram uma nova molécula capaz de inibir a progressão do ciclo celular da leucemia, um câncer sanguíneo que ocorre devido à reprodução descontrolada dos glóbulos brancos na medula óssea.
O estudo, publicado na revista Toxicology in Vitro, mostrou que o novo composto foi eficaz em combater as células leucêmicas sem apresentar toxicidade nas células saudáveis.
A molécula C2E1, sintetizada pelo grupo de pesquisa liderado pelo cientista Fernando Coelho, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp), funciona como inibidora da tubulina, uma proteína essencial para a divisão celular.
Ao inibir a tubulina, o composto interrompe a multiplicação das células cancerosas, impedindo o avanço da leucemia.
Os testes, realizados in vitro com células cultivadas fora de organismos vivos, mostraram que a molécula foi eficaz em eliminar as células cancerosas e impedir sua proliferação em 21 dos 25 modelos celulares testados.
Além disso, o estudo confirmou a não-toxicidade em células saudáveis do sangue, sugerindo um potencial para menos efeitos colaterais em um possível fármaco no futuro.
Terapias combinadas
Compostos que têm como alvo a tubulina já são usados no tratamento de diversas formas de câncer desde os anos 1940. No entanto, a busca por alternativas é constante, pois a adequação a cada medicamento pode variar de acordo com o paciente.
A nova molécula testada mostrou-se uma opção eficaz, especialmente em modelos celulares que já eram resistentes aos inibidores conhecidos.
Próximos passos
O próximo passo do trabalho será testar a molécula em modelos animais para verificar se os resultados se mantêm em sistemas mais complexos ou apresentam toxicidade em órgãos não previstos.
Essa etapa levará de dois a cinco anos. Após isso, a molécula será avaliada em ensaios clínicos, que levam em média mais dois ou três anos.
Além da leucemia, os pesquisadores têm interesse em investigar outros tipos de câncer tratados com inibidores de microtúbulos, como os cânceres de mama e cólon.
Também há a possibilidade de modificar o composto para aumentar sua potência e diminuir as doses necessárias para os efeitos terapêuticos, bem como potenciais efeitos adversos.
Descoberta brasileira: molécula inibe progressão da leucemia sem afetar células saudáveis
Apoio e financiamento
O trabalho tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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