Variedades • 19:26h • 10 de dezembro de 2025
Uso excessivo de telas altera vínculos familiares e preocupa educadores no Brasil
Especialistas apontam que hiperconexão afeta diálogo, convivência e saúde emocional de crianças e adolescentes
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Lara Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
O aumento do tempo diante de celulares, tablets e computadores tem provocado mudanças significativas nas relações familiares, segundo o educador e especialista em desenvolvimento familiar Celso Aparecido Américo dos Santos. Ele afirma que a hiperconexão diária tem reduzido o diálogo dentro de casa, ampliado o distanciamento emocional e contribuído para sinais de ansiedade, desatenção e isolamento entre crianças e adolescentes.
Pesquisas recentes reforçam o alerta. Dados do Unicef indicam que crianças e jovens brasileiros passam, em média, 6 horas e 42 minutos por dia conectados, um dos índices mais altos do mundo. Levantamento da Common Sense Media mostra que 51% dos pais percebem que os filhos estão “constantemente distraídos por telas”, enquanto 36% admitem que também se distraem digitalmente quando deveriam interagir com as crianças. Esse ambiente, segundo Santos, altera rotinas e enfraquece práticas essenciais de convivência.
O especialista explica que o acesso precoce e sem acompanhamento coloca crianças diante de conteúdos inadequados e reduz tempo de movimento, brincadeira e interação social. Para ele, o problema não é o uso em si, mas o excesso associado à falta de orientação. Ele defende limites como construção de autonomia e consciência, destacando que a infância precisa equilibrar experiências digitais e presenciais.
Um dos fenômenos mais observados na dinâmica familiar contemporânea é o da “presença ausente”, quando pais e filhos estão fisicamente no mesmo espaço, mas emocionalmente desconectados por causa das telas. A comunicação por mensagens dentro da própria casa, segundo ele, tem substituído conversas diretas e empobrecido vínculos. Santos afirma que retomar rituais como refeições sem dispositivos e estabelecer momentos de convivência desconectada são medidas importantes para reconstruir atenção e presença entre os membros da família.
Ao tratar de limites, o educador aponta que muitos pais cedem por culpa ou receio de contrariar os filhos. Para ele, impor regras é um ato de cuidado e requer diálogo sobre o motivo das orientações, não apenas proibições. A recomendação inclui acompanhar conteúdos, assistir vídeos junto das crianças e conversar sobre o que é consumido no digital. O exemplo dos adultos, reforça o especialista, continua sendo a principal referência educativa.
Santos afirma que a educação digital deve ser compreendida como parte da formação humana e não apenas como controle técnico. Para ele, o processo começa dentro de casa com práticas de convivência que nenhuma tela substitui, como escuta, atenção e vínculo. A redução de distrações digitais e o resgate do tempo compartilhado são caminhos essenciais para fortalecer as relações familiares em um cenário de hiperconexão.
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