Saúde • 11:08h • 28 de maio de 2025
Uso de membrana da placenta no tratamento de queimaduras pode ser incorporado ao SUS
Curativo biológico com membrana amniótica promete reduzir custos e ampliar atendimento a pacientes queimados pelo SUS em todo o Brasil
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da CFF | Foto: Divulgação

Uma nova alternativa no tratamento de queimaduras graves está prestes a ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) emitiu parecer favorável para o uso da membrana amniótica, tecido que envolve o feto durante a gestação, como curativo biomédico para pacientes queimados.
O material, que é extraído da placenta de partos cesarianos com o consentimento das mães, oferece alto poder de regeneração, baixo custo e pode ser uma solução para suprir a escassez de pele disponível nos bancos de tecidos no Brasil que hoje atende apenas 40% da demanda nacional.
Avanço na saúde pública e mais acesso
Atualmente, cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem queimaduras todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Com a adoção da membrana amniótica, o SUS poderá oferecer um tratamento mais acessível, eficaz e capaz de reduzir o risco de infecções que pode chegar a 100% em queimaduras de grande extensão quando não há cobertura adequada da pele.
A tecnologia não é exatamente nova. Foi utilizada em caráter emergencial após o incêndio da boate Kiss, em 2013, no Rio Grande do Sul, e é amplamente adotada em países onde o procedimento é regulamentado. Além de queimaduras, o uso da membrana também se estende a cirurgias oftalmológicas, endometriose, complicações de diabetes e intervenções vasculares.
Próximos passos: regulamentação e implementação
O parecer da Conitec abre caminho para que o Ministério da Saúde publique a decisão final no Diário Oficial da União em até 180 dias. A partir disso, será elaborado um protocolo com regras específicas sobre coleta, triagem, exames sorológicos e microbiológicos, além de garantir a rastreabilidade e a segurança sanitária do tecido.
A introdução do método exigirá também capacitação de profissionais da saúde, criação de novos fluxos em hospitais e maternidades, além da expansão dos bancos de tecidos, que ganharão um reforço essencial com o uso da membrana amniótica.
Mais uma vitória para a saúde pública
A expectativa de especialistas é que o uso do tecido placentário se torne um divisor de águas no atendimento a pacientes com queimaduras no Brasil, oferecendo uma alternativa segura, eficaz e economicamente viável.
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