Saúde • 16:39h • 28 de agosto de 2025
Uso de fones em excesso pode causar zumbido e perda auditiva irreversível
Otorrinolaringologista explica causas, riscos e quando buscar ajuda médica diante do sintoma que atinge milhões de brasileiros
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Central Press | Foto: Divulgação

O zumbido no ouvido, descrito como chiado, apito ou som constante, atinge mais de 28 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Embora muitas vezes tratado como um incômodo passageiro, especialistas alertam que o sintoma pode estar relacionado a doenças sérias, como alterações vasculares, tumores ou problemas no ouvido interno, e por isso não deve ser ignorado.
De acordo com o otorrinolaringologista Henrique Furlan, dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, o zumbido não é uma doença em si, mas um sinal de que algo pode estar errado. “Pode ter causas simples, como acúmulo de cera, mas também indicar condições que exigem atenção imediata. O zumbido é um sintoma, não o problema”, explica.
Entre os fatores mais comuns estão a perda auditiva relacionada à idade, a exposição frequente a ruídos altos, infecções, alterações na articulação temporomandibular (ATM) e problemas circulatórios. O estresse e a ansiedade também podem agravar o quadro. Furlan chama atenção ainda para o uso prolongado de fones de ouvido, especialmente os intra-auriculares, que direcionam o som diretamente ao tímpano. “Sons acima de 85 decibéis já podem causar perda auditiva progressiva e irreversível. A regra 60/60 é uma boa prática: até 60% do volume por no máximo 60 minutos, sempre com pausas”, orienta.
Os sinais de alerta que exigem avaliação médica incluem zumbido súbito, persistente por vários dias, presente apenas em um ouvido, acompanhado de tontura, dor, secreção ou ritmo pulsátil, semelhante aos batimentos cardíacos. “Esses sintomas podem estar associados a doenças como surdez súbita, Doença de Ménière ou tumores benignos como o neuroma acústico, que afeta a audição e o equilíbrio”, afirma o médico.
Apesar da preocupação, o tratamento costuma trazer bons resultados quando a causa é identificada precocemente. As opções vão desde a simples remoção de cera acumulada até o uso de aparelhos auditivos, terapias sonoras, controle da ansiedade e intervenções médicas específicas. “O mais importante é não negligenciar o sintoma. Investigar cedo aumenta as chances de recuperação e reduz os impactos do zumbido na qualidade de vida”, completa Furlan.
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