Variedades • 16:39h • 16 de setembro de 2025
Turismo cirúrgico: brasileiros viajando para cirurgias no exterior e os perigos que ninguém conta
Procedimentos fora do país atraem pela promessa de preços baixos, mas especialistas alertam para riscos médicos, jurídicos e emocionais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da RTA | Foto: Arquivo/Âncora1

Nos últimos anos, aumentou o número de brasileiros que viajam para outros países em busca de procedimentos estéticos. Conhecida como turismo cirúrgico, a prática tem como principais atrativos os preços mais baixos e a promessa de resultados rápidos. Estima-se que milhares de pessoas deixem o Brasil anualmente para realizar lipoaspiração, abdominoplastia, aumento ou troca de prótese de mama e rinoplastia no exterior.
Embora a ideia de unir viagem e cirurgia pareça vantajosa, especialistas alertam para os riscos. O cirurgião plástico Dr. Hugo Sabath, da Clínica Líbria, explica que complicações são frequentes em pacientes que retornam ao país após procedimentos realizados em locais sem a mesma regulamentação do Brasil. “O preço nunca deve se sobrepor à segurança. A qualidade do atendimento, a estrutura hospitalar e a capacitação do profissional são fatores cruciais que podem salvar vidas”, afirma.
Riscos e legalidade
Entre os riscos mais comuns do turismo cirúrgico estão controles de qualidade duvidosos, exames e histórico médico limitados, dificuldades no acompanhamento pós-operatório, além de complicações como infecções e trombose. “Em muitos casos, o paciente não tem garantia de suporte adequado se houver intercorrência. E complicações exigem atendimento local imediato, o que nem sempre é possível”, alerta Sabath.
Além dos aspectos médicos, existem implicações jurídicas. A advogada Dra. Beatriz Guedes, especialista em Direito Médico, explica que responsabilizar profissionais estrangeiros é um processo difícil e custoso. “No Brasil, não há como obrigar o cirurgião de outro país a responder perante a Justiça brasileira. Além disso, processos internacionais envolvem leis diferentes e até barreiras de idioma”, observa.
Para quem pensa em realizar cirurgia plástica, os especialistas recomendam adotar algumas precauções: priorizar a segurança em vez do preço, pesquisar credenciais do médico e do hospital, avaliar quem fará o acompanhamento pós-operatório, considerar profissionais certificados no Brasil e planejar financeiramente o procedimento. “Não há atalhos quando se trata da própria saúde”, reforça Sabath.
Conclusão dos especialistas
O turismo cirúrgico pode oferecer custo inicial menor, mas envolve riscos médicos, legais e emocionais que podem superar qualquer economia. “O direito do paciente à segurança e à informação clara é universal. Escolher o caminho mais barato nem sempre garante proteção ou resultado satisfatório”, finaliza Guedes.
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