Saúde • 08:16h • 30 de junho de 2025
Transtorno bipolar afeta 140 milhões de pessoas e desafia diagnóstico precoce
Doença psiquiátrica causa oscilações intensas de humor e pode ser tratada com medicamentos estabilizadores e acompanhamento terapêutico
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Central Press | Foto: Divulgação

O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma condição crônica e recorrente que afeta o funcionamento do cérebro e atinge mais de 140 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos). No Brasil, estima-se que 8 milhões convivam com o transtorno, de acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB).
Caracterizado por mudanças intensas de humor, o transtorno provoca fases bem definidas que alternam estados de depressão profunda com momentos de euforia extrema. Essas alterações emocionais vão muito além das oscilações comuns do dia a dia e têm impacto direto na vida pessoal, social e profissional do paciente.
Segundo o psiquiatra Edivarley da Costa Junior, os primeiros sintomas geralmente aparecem ainda na infância ou adolescência, mas é até os 30 anos que o quadro costuma se consolidar. “Na fase depressiva, são frequentes a tristeza intensa, fadiga, alterações no apetite e no sono, dificuldades de concentração e pensamentos suicidas. Já na fase de mania, o paciente pode apresentar euforia exagerada, energia excessiva, impulsividade, gastos descontrolados e até delírios de grandiosidade”, explica o médico.
Estudos indicam que pessoas diagnosticadas com TAB passam cerca de 85% do tempo em estado depressivo e apenas 15% em episódios de mania.
Funcionamento cerebral e diagnóstico
O transtorno bipolar está associado a alterações nos neurotransmissores, mensageiros químicos do cérebro, como serotonina, dopamina, glutamato e norepinefrina. Quando há desequilíbrio na liberação dessas substâncias, o sistema nervoso sofre desorganização, afetando o controle das emoções.
Não há exames laboratoriais que comprovem o diagnóstico. A confirmação do transtorno é feita por avaliação clínica, baseada na escuta ativa do paciente e, muitas vezes, na observação de familiares. É comum que o indivíduo se lembre mais dos episódios depressivos, o que pode dificultar a percepção do padrão cíclico da doença.
Tratamento e medicação
O tratamento do transtorno bipolar é feito com acompanhamento médico contínuo e pode incluir antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor. Um dos medicamentos amplamente utilizados é o divalproato de sódio, que atua como estabilizador do humor e também é indicado para outras condições neurológicas, como enxaqueca.
Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como medicamento essencial, o divalproato tem eficácia comprovada nas fases de mania e depressão, além de contribuir para a manutenção do equilíbrio emocional no longo prazo. Formulações modernas com liberação prolongada permitem que o paciente utilize o medicamento apenas uma vez ao dia, aumentando a adesão ao tratamento e reduzindo desconfortos gástricos.
A prescrição deve ser feita por um psiquiatra, após análise clínica do caso e acompanhamento contínuo. O tratamento adequado, aliado à psicoterapia e mudanças no estilo de vida, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
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