Saúde • 14:15h • 14 de julho de 2025
Tireoide: exames apontam doenças em até 50% da população brasileira
Número de exames cresceu em 2024, com destaque para mulheres que concentram mais de 86% dos casos analisados
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência FR | Foto: Divulgação

A tireoide, pequena glândula localizada na parte anterior do pescoço, exerce papel central no bom funcionamento do organismo. Controlando o metabolismo, ela impacta diretamente órgãos como coração, cérebro, fígado e rins. Nos últimos cinco anos, a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) registrou cerca de 229 mil exames de imagem da tireoide, sendo 130 mil deles com achados sugestivos de alterações.
Somente em 2024, foram 40 mil exames realizados, com as mulheres representando 86,31% dos casos. Para o Dr. Harley De Nicola, especialista em ultrassonografia e radiologia intervencionista e superintendente médico da FIDI, esses números revelam um importante alerta de saúde pública.
“Na tireoide, as patologias mais comuns são os nódulos, que podem estar presentes em até 50% da população, além do hipotireoidismo, hipertireoidismo e bócio”, explica o médico. “Mesmo entre os menos conhecidos, é essencial compreender que ela pode apresentar diversos sintomas, justificando a importância de exames preventivos.”
A tireoide funciona como uma “pilha” do corpo. Quando sua atividade está reduzida, como no hipotireoidismo, o metabolismo fica mais lento. Já no hipertireoidismo ocorre o oposto, acelerando funções corporais. Esses desequilíbrios podem afetar peso, memória, fertilidade, humor e energia no dia a dia.
Segundo o Dr. Harley, o sistema de saúde público e privado está preparado para oferecer diagnóstico e tratamento. Exames de imagem como ultrassom com ou sem Doppler Colorido, punção aspirativa por agulha fina guiada por ultrassom e até recursos da medicina nuclear auxiliam na detecção de alterações. O tratamento pode incluir medicamentos, cirurgia ou ablação de nódulos, sempre aliado a uma rotina saudável, com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios.
Os dados da FIDI mostram que a doença não escolhe faixa etária: adultos representam 55,39% dos casos, seguidos por idosos com 38,15%, adolescentes com 3,57% e crianças com 2,89%. Em 2024, foram registrados 35 mil exames apenas em mulheres, com achados como tireoidite autoimune, nódulos, cistos e exames de acompanhamento pós-tireoidectomia.
Outro ponto de atenção são os fatores de risco, como idade, sexo, herança genética, deficiência de iodo e condições autoimunes. O número estimado de casos novos de câncer de tireoide para cada ano do triênio 2023 a 2025 é de 16.660, sendo 14.160 em mulheres e 2.500 em homens. Apesar disso, cerca de 90% dos nódulos são benignos, e mesmo os carcinomas papilíferos, a forma mais comum de câncer de tireoide, apresentam taxas de sobrevida próximas de 100% em dez anos quando diagnosticados precocemente.
“Além desses fatos, é fundamental estar atento a todos os sinais que o corpo pode apresentar”, reforça o Dr. Harley. “Conhecer a doença é uma forma de cuidado consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor.”
Prevenir, investigar sintomas e realizar exames de rotina são estratégias fundamentais para manter a saúde em dia e garantir diagnóstico precoce, condição essencial para o sucesso do tratamento.
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