Gastronomia & Turismo • 12:48h • 09 de fevereiro de 2025
Tilápia é o pescado mais consumido no estado de SP, mas pesquisa revela desafios no aumento do consumo
Estudo aponta que os paulistas consomem pescado apenas 1 a 3 vezes por mês, apesar dos benefícios nutricionais. Políticas públicas buscam promover mais consumo de proteína saudável
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Jéssica Levy/Núcleo de Pesquisas Pescados para a Saúde

Uma pesquisa realizada entre 2023 e 2024 pelo Instituto de Oceanografia (IO) da USP, em parceria com o Instituto de Pesca do Estado de São Paulo (Ipesp) e a Roche Farma Brasil, revelou que os paulistas preferem a tilápia quando o assunto é consumo de pescado. Contudo, a pesquisa também indicou que o consumo de peixes, crustáceos e moluscos no estado está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere o consumo de pelo menos 250 gramas de pescado por semana.
O estudo, que ouviu 1.947 pessoas de diversas regiões do estado de São Paulo, constatou que os paulistas consomem esses alimentos, em média, apenas de uma a três vezes por mês. Isso reflete uma adesão muito abaixo do recomendado pela OMS para uma dieta saudável, principalmente quando se considera que as doenças não transmissíveis, como hipertensão e obesidade, têm mostrado crescimento alarmante entre a população brasileira.
A pesquisa mostrou também que, entre as diversas espécies consumidas, a tilápia se destaca com a preferência dos consumidores paulistas. Esse pescado é admirado pela carne branca, sabor suave e facilidade de preparo, sendo responsável por grande parte das escolhas alimentares da população paulista. A tilápia, no entanto, é uma proteína de alto custo, o que acaba sendo um fator limitante para o seu consumo mais frequente.
De acordo com Jéssica Levy, nutricionista e pesquisadora do Ipesp, o consumo adequado de pescado pode trazer diversos benefícios para a saúde, incluindo a prevenção de problemas cardiovasculares e distúrbios relacionados à saúde mental. "O pescado é uma proteína biodisponível, de fácil digestão, e rica em nutrientes essenciais, como zinco, selênio, cálcio e ferro. Comparado à carne vermelha, o pescado contém menos gordura saturada e é uma excelente fonte de ácidos graxos essenciais", explica.
Além da tilápia, o estudo apontou que outros pescados como salmão, atum, sardinha, cação e bacalhau também são consumidos, mas com menos frequência. Curiosamente, os crustáceos são consumidos mais em ocasiões especiais, e os moluscos são raramente consumidos, o que demonstra uma lacuna no hábito alimentar relacionado a esses alimentos saudáveis e com grande valor nutricional.
O estudo também indicou que, para a maioria dos consumidores, o preço do pescado é um fator determinante para a escolha, com 47% dos participantes considerando o pescado caro. A pesquisa sugere que a redução de custos pode ser alcançada por meio de um melhor aproveitamento de todas as partes do peixe, o que poderia tornar o produto mais acessível à população.
Foto: Jéssica Levy/Núcleo de Pesquisas Pescados para a Saúde
Além disso, as autoridades e especialistas que participaram do estudo apontam que o aumento da conscientização sobre os benefícios do pescado, a ampliação do acesso e a redução de custos são passos importantes para combater as altas taxas de doenças cardiovasculares e obesidade no Brasil.
Por fim, o projeto também foca na promoção de alternativas saudáveis ao consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, como o fast food, através do fortalecimento do consumo de pescados, que são mais benéficos para a saúde pública.
O estudo foi conduzido com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e faz parte de um esforço maior para melhorar as escolhas alimentares da população paulista e brasileira, visando melhorar a qualidade de vida e a saúde dos cidadãos. Os resultados foram publicado no artigo na Research, Society and development.
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