Ciência e Tecnologia • 20:49h • 19 de novembro de 2025
Terapia oral em investigação mostra benefício expressivo em tumores do câncer de mama RH-positivo
Estudo clínico de fase III mostra que giredestranto associado a everolimo prolonga o controle da doença e reduz significativamente o risco de progressão
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria de Imprensa Inpress | Foto: Divulgação
Resultados do estudo de fase III evERA mostram que a combinação de giredestranto e everolimo pode controlar o câncer de mama RH-positivo avançado por mais tempo, reduzindo a progressão da doença e trazendo um novo horizonte terapêutico para pacientes previamente tratadas com inibidores de CDK4/6 e terapia endócrina.
A Roche divulgou dados positivos do estudo evERA, que avaliou a combinação de giredestranto, medicamento em fase de pesquisa, com everolimo, em pacientes com câncer de mama localmente avançado ou metastático RH-positivo e HER2-negativo. O regime foi comparado à terapia endócrina padrão e demonstrou benefício significativo na redução do risco de progressão da doença.
Na população com intenção de tratar, o risco de progressão caiu 44%. Em pacientes com mutação no gene ESR1, a redução foi ainda maior, atingindo 62%. A sobrevida livre de progressão passou de 5,49 meses para 8,77 meses na população geral, e de 5,45 meses para 9,99 meses no grupo com mutação, reforçando o potencial clínico da nova estratégia. Os eventos adversos observados permaneceram compatíveis com os perfis já conhecidos dos medicamentos, sem novos sinais de segurança.
Como funciona a combinação
O câncer de mama RH-positivo é caracterizado pela presença de receptores de estrogênio nas células tumorais, que estimulam o crescimento do tumor. O giredestranto, classificado como um SERD oral em investigação, atua de forma seletiva bloqueando esse receptor. Em associação, o everolimo age em outra via de sinalização celular, combinando mecanismos que podem ampliar o controle da doença e superar resistências à terapia endócrina.
O regime totalmente oral também apresenta potencial para reduzir impactos na rotina das pacientes, eliminando a necessidade de aplicações injetáveis e oferecendo mais comodidade ao longo do tratamento.
Perspectivas clínicas
A oncologista e investigadora principal em estudos clínicos com giredestranto na Santa Casa de Porto Alegre, Dra. Katsuki Tiscoski, destaca que a resistência às terapias endócrinas representa um grande desafio para esse tipo de tumor. “A combinação de giredestranto com everolimo atua em duas vias de sinalização distintas, com potencial para melhorar os resultados clínicos. Além disso, um regime totalmente oral pode minimizar o impacto do tratamento na rotina das pacientes.”
A Líder de Estratégia Médica da Roche Farma Brasil, Veridiana Cano, reforça a relevância dos dados. “O câncer de mama RH-positivo representa cerca de 70% dos casos desse tumor. Nosso programa de desenvolvimento clínico com giredestranto contempla diferentes cenários e linhas de tratamento, refletindo o compromisso em levar inovação ao maior número possível de pacientes.”
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