Saúde • 12:41h • 26 de maio de 2025
Tecnologia da Unicamp avalia progresso de tratamento em lesões esportivas
Ferramenta inovadora permite que médicos e profissionais de saúde acessem o resultado de tratamentos sob o ponto de vista do atleta
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Depois de mais de seis anos de pesquisa, o médico ortopedista e especialista em medicina esportiva da Unicamp, Sérgio Piedade, desenvolveu um software para avaliar como está a recuperação de atletas e pessoas que praticam esportes com frequência após uma lesão.
Chamado de 4-Domain Sports Prom, o programa permite que médicos e profissionais de saúde vejam como o tratamento funcionou, a partir da percepção do próprio paciente — ou seja, como ele se sente após a lesão e durante a recuperação.
Segundo Piedade, esse é o primeiro questionário feito especialmente para avaliar atletas, levando em conta tanto o corpo quanto a mente deles.
“Antes, usávamos questionários genéricos, que não levavam em conta as necessidades físicas dos atletas. Esse novo sistema foi pensado exatamente para esse público”, explica o médico.
O questionário é dividido em quatro partes (ou domínios):
- A situação do atleta antes da lesão.
- A condição após a lesão.
- As expectativas do atleta em relação ao tratamento.
- A avaliação do tratamento e dos resultados após a cirurgia, se houver.
Cada parte tem duas perguntas, e o atleta responde com notas de 0 a 10.
As perguntas envolvem, por exemplo:
- O quanto o esporte é importante e motivador para o atleta.
- As principais exigências físicas da modalidade que pratica.
- Que tipo de lesão sofreu, em qual parte do corpo e como isso afetou sua qualidade de vida.
- Com que frequência ele praticava esportes e quanto isso influencia seu bem-estar.
O questionário não gera uma “nota final”, porque o objetivo é permitir uma análise mais detalhada com base em estatísticas.
Além disso, o software também coleta dados como idade, peso, altura, tipo de esporte, tipo de lesão e qual tratamento foi feito. Essas informações ajudam médicos e pesquisadores a entender melhor os casos e fazer comparações com grupos semelhantes.
As respostas do paciente são armazenadas em um banco de dados — que pode estar na nuvem ou no próprio computador — e o programa faz análises estatísticas. Quando há dados de pelo menos 50 pacientes, é possível gerar uma análise mais profunda.
O software permite ainda filtrar informações específicas, como tipo de lesão (ombro, joelho, tornozelo etc.) e gerar planilhas com os dados para imprimir ou exportar.
Segundo o professor, o questionário ajuda tanto os profissionais quanto os próprios atletas a entenderem melhor suas necessidades físicas e o impacto da modalidade esportiva no corpo. Por exemplo: goleiros têm mais chances de se machucar nas mãos e ombros, enquanto atacantes costumam ter problemas nos joelhos.
“As exigências físicas mudam de acordo com o esporte, e por isso é importante ter perguntas que ajudem a fazer essa distinção. As lesões não são todas iguais”, destaca Piedade.
O software foi criado originalmente em inglês, mas já tem versões em português, espanhol, italiano e chinês. Em breve, também estará disponível em francês.
Para desenvolver o programa, Piedade contou com a ajuda de uma equipe: Cleide Moreira Silva (estatística), Anderson Barreto Furlan (programador), Marcelo Nishihata Fernandes (designer) e Mariana Percario Piedade (roteirista e animadora).
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