Policial • 07:58h • 08 de outubro de 2025
Tecnologia da Polícia Científica de SP é decisiva na identificação de bebidas adulteradas com metanol
Equipamentos de alta precisão e protocolos rigorosos de análise garantem agilidade e confiabilidade nas investigações sobre falsificação de bebidas no estado. Mais de 7 mil garrafas já foram apreendidas em operações recentes
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Governo de SP

A tecnologia de ponta utilizada pela Polícia Científica de São Paulo tem sido fundamental para identificar com precisão bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica responsável por intoxicações recentes no estado.
Desde o registro das apreensões até a emissão dos laudos finais, cada garrafa passa por um processo detalhado de verificação. As análises começam no Núcleo de Documentoscopia, onde rótulos, selos e lacres são examinados, e seguem para o Núcleo de Química, onde são realizados exames laboratoriais capazes de detectar e quantificar o nível de metanol presente. O processo fornece base técnica e jurídica para as investigações e contribui para a responsabilização dos envolvidos.
O Governo de São Paulo intensificou o combate à falsificação de bebidas após o aumento dos casos de intoxicação. Desde a criação de um gabinete de crise, na terça-feira (30), operações conjuntas em todo o estado já resultaram na apreensão de milhares de garrafas e lacres suspeitos. Só em Diadema, mais de mil garrafas de uísque com rótulos falsificados foram recolhidas na sexta-feira (3).
A força-tarefa estadual reúne a Polícia Civil, a Secretaria da Fazenda, o Procon-SP e as vigilâncias sanitárias estadual e municipal. Até o momento, dez estabelecimentos foram interditados por irregularidades sanitárias e suspeita de comercialização de bebidas adulteradas.
No Instituto de Criminalística, os peritos utilizam equipamentos como o Comparador Espectral de Vídeo, que permite identificar falsificações em selos e embalagens. “Um selinho falso já é um indicativo de reutilização de garrafa autêntica para inserção de líquido falsificado”, explicou Nícia Harumi Koga, diretora do Núcleo de Documentoscopia.
Na etapa seguinte, os líquidos passam por análise química. “Não basta dizer se há ou não metanol. É preciso identificar quanto existe — e essa quantificação exige mais tempo e técnica”, destacou Alexandre Learth, perito do Centro de Exames, Análises e Pesquisas (CEAP). Ele informou que as análises estão sendo realizadas todos os dias da semana para acelerar os resultados.
As amostras adulteradas apresentam níveis de metanol muito acima dos encontrados em bebidas regulares. A ingestão de 10 ml pode causar lesões no nervo óptico, e doses a partir de 30 ml podem ser fatais.
Bebidas falsificadas analisadas recentemente apresentam concentrações de metanol muito maiores do que as encontradas em produtos regulares. Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo
A Polícia Científica de São Paulo realiza esse tipo de análise há anos, o que garante rapidez e eficiência nas respostas atuais. “Essa experiência acumulada foi essencial para reagir com agilidade aos novos casos”, afirmou Learth. Somente em 2024, mais de 50 mil garrafas foram recolhidas em ações de combate à falsificação.
O governo paulista também reforçou medidas de prevenção e atendimento à população, com interdição de estabelecimentos suspeitos, canais de denúncia ampliados e distribuição de antídotos para unidades de saúde.
Canais de denúncia:
- Disque Denúncia: 181
- Site da Polícia Civil: www.webdenuncia.sp.gov.br
- Procon-SP: Disque 151 ou www.procon.sp.gov.br
Orientações à população:
A intoxicação por metanol é grave e pode causar cegueira permanente ou morte. O governo alerta que bebidas clandestinas e adulteradas podem conter a substância.
Pessoas que apresentarem sintomas como tontura, dor abdominal intensa e confusão mental após consumir bebida alcoólica devem procurar atendimento médico imediato. O atendimento nas primeiras seis horas é essencial para evitar complicações.
O estado dispõe de três laboratórios especializados, localizados em Campinas, Botucatu e Ribeirão Preto, capazes de analisar amostras biológicas em até uma hora.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo