Saúde • 08:26h • 22 de setembro de 2025
SUS passa a aplicar triagem precoce para autismo em crianças a partir dos 16 meses
Ferramenta M-Chat será utilizada na atenção primária; tecnologia aprovada pela FDA amplia diagnóstico precoce com rastreamento ocular de alta precisão
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência Temma | Foto: Divulgação

O Ministério da Saúde lançou uma nova linha de cuidado que prevê a triagem precoce para identificar sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame será aplicado rotineiramente em pacientes de 16 a 30 meses na atenção primária, utilizando o teste M-Chat, já disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico e-SUS. A iniciativa busca antecipar intervenções e estímulos, considerados fundamentais para o desenvolvimento futuro.
O governo estima que cerca de 1% da população brasileira viva com TEA, sendo que 71% desses indivíduos apresentam também outras deficiências, segundo o IBGE. O dado reforça, segundo o ministério, a importância de ações integradas no SUS que assegurem atenção qualificada às famílias.
Paralelamente, avanços internacionais vêm ampliando as ferramentas para diagnóstico precoce. No primeiro semestre de 2025, foi aprovado pela FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) o EarliPoint™, primeiro dispositivo autorizado para auxiliar na identificação de autismo em crianças a partir de 1 ano e 4 meses. A tecnologia utiliza rastreamento ocular enquanto o bebê assiste a vídeos curtos, registrando reações visuais a estímulos sociais e comparando-as a padrões típicos de desenvolvimento. O resultado é um relatório clínico detalhado, que aponta indícios de autismo e informações sobre comunicação verbal e não verbal.
Estudos indicam que intervenções iniciadas ainda na primeira infância, fase de maior plasticidade neuronal, podem melhorar em até 40% os resultados cognitivos e adaptativos. Ações precoces com terapias comportamentais, ocupacionais, de fonoaudiologia e suporte educacional aumentam as chances de autonomia, inclusão social e independência na vida adulta.
Para as famílias, o diagnóstico pode despertar insegurança e ansiedade quanto ao futuro. Um levantamento da Genial Care, em parceria com a Tismoo me, mostrou que 79% dos cuidadores de crianças autistas expressam grande preocupação após receber o diagnóstico. Especialistas reforçam que contar com profissionais capacitados e baseados em evidências é essencial para orientar as primeiras decisões sobre terapias e cuidados.
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