Saúde • 09:00h • 17 de julho de 2024
Suicídio e doenças crônicas: desafios da saúde masculina no Brasil
Barreiras culturais contribuem para maior taxa de suicídio e doenças entre homens
Da Redação | Com informações do Ministério da Saúde | Foto: Julia Prado/MS
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as expectativas sociais em relação aos homens, como a pressão para serem provedores, terem condutas de risco e evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda, estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis.
O relatório “Masculinidades e saúde na região das Américas” destaca que modos tradicionais de ser homem consideram as práticas de cuidado e de busca por ajuda como símbolos de fraqueza, o que leva os homens a procurarem menos os serviços de saúde.
Na segunda-feira (15), Dia Nacional do Homem, o Ministério da Saúde reforçou a importância da Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem (PNAISH). A política visa mudar a percepção da população masculina sobre o cuidado com a saúde, buscando derrubar barreiras culturais que afastam os homens das práticas de cuidado e autocuidado.
Avanços na atenção à saúde do homem
Apesar das dificuldades culturais, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) constatou um dado positivo: em 2023, foram realizados 119,4 milhões de atendimentos individuais a homens na atenção primária, representando 33,5% do total de atendimentos individuais registrados no período.
Esse número representa um aumento de 24,5% em comparação a 2022. Além disso, houve um aumento de 22,4% nas consultas de pré-natal do parceiro, com 69.688 consultas registradas em 1.671 municípios em 2023.
Pioneirismo na América Latina
Segundo Celmário Brandão, coordenador de Atenção à Saúde do Homem, os dados refletem investimentos importantes do Ministério da Saúde, como o credenciamento de novas equipes de Saúde da Família e a ampliação do programa Mais Médicos. O Brasil é o único país da América Latina com uma política de saúde específica para a população masculina: a PNAISH, que foca em:
- Acesso e acolhimento
- Saúde sexual e saúde reprodutiva
- Paternidade e cuidado
- Doenças prevalentes na população masculina
- Prevenção de violências e acidentes
Formação de profissionais de Saúde
O Ministério da Saúde firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto Promundo para a formação de 15 mil profissionais de saúde em todo o território nacional, abordando temas como paternidade e masculinidades. Desde o início de 2024, as ações do acordo qualificaram mais de 1,8 mil profissionais.
Desafios e expectativa de vida
Apesar do aumento na expectativa de vida, os homens ainda vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres. A OMS alerta que 1 em cada 5 homens nas Américas não chegará aos 50 anos de idade, devido a comportamentos de risco associados aos modelos tradicionais de masculinidade. Os homens também apresentam maior risco de morte por doenças crônicas não transmissíveis, principalmente doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas.
Celmário Brandão explica que a resistência dos homens em buscar cuidados de saúde está culturalmente atrelada ao desejo de esconder vulnerabilidades. A política de saúde do homem busca repensar os modos tradicionais de lidar com a saúde e prevenir doenças, convidando os homens a cuidarem de si mesmos e a procurarem ajuda profissional antes de adoecerem.
Para mais informações sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem e iniciativas de saúde, visite as ações sobre a saúde do homem.
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