Saúde • 14:49h • 31 de dezembro de 2025
Subtipo K da gripe acende alerta para 2026 e pode antecipar circulação do vírus no Brasil
Opas e OMS apontam aumento da atividade global da influenza, e médica explica por que nova cepa exige atenção redobrada nos próximos meses
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da SemFronteiras Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam crescimento consistente da atividade global do vírus influenza nos últimos meses, com predominância da influenza A (H3N2). Diante desse cenário, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico sinalizando que a temporada de gripe nas Américas pode começar mais cedo em 2026 e ter impacto acima do habitual, inclusive no Brasil.
O principal fator que motivou o alerta foi a antecipação da circulação da gripe no Hemisfério Norte. Em contextos de intensa mobilidade internacional, como viagens e migrações, cepas que se espalham primeiro no Norte costumam chegar ao Hemisfério Sul meses depois, alterando o calendário tradicional da sazonalidade.
Desde agosto, a vigilância genômica global identificou a rápida expansão de um subclado específico do vírus influenza A (H3N2), denominado J.2.4.1, também conhecido como subtipo K, já detectado em dezenas de países. Esse avanço sustentado chamou a atenção das autoridades sanitárias e reforçou a necessidade de preparação antecipada dos sistemas de saúde.
A infectologista Juliana Barreto, que atua no centro clínico do Órion Complex, explica que o subtipo K não representa um vírus totalmente novo, mas uma variação relevante dentro do H3N2. “É um subtipo que tem se mostrado mais presente em alguns países. Precisamos de observação constante, principalmente em períodos de confraternizações e maior circulação de pessoas. Se houver sintomas gripais, é fundamental atenção para evitar evolução para quadros mais graves”, alerta.
Por que a gripe mais cedo preocupa
Segundo a especialista, o risco maior de uma onda antecipada de gripe está no desencontro com o calendário vacinal. “As vacinas atualizadas para as cepas de 2026 começam a ser aplicadas geralmente entre fevereiro e março. Se o vírus chega antes, parte da população pode ficar exposta sem a proteção específica”, explica.
Os grupos de risco permanecem os mesmos, gestantes, idosos, crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas, que tendem a evoluir com mais facilidade para complicações respiratórias. Em cenários de circulação intensa do vírus, esse grupo concentra a maior parte das internações.
Medidas de prevenção ganham ainda mais importância
Diante do alerta internacional, medidas simples de prevenção voltam a ser decisivas. A infectologista reforça a importância da higiene das mãos, do cuidado ao tossir ou espirrar e da ventilação adequada dos ambientes fechados. “Ambientes com muitas pessoas gripadas devem ser evitados sempre que possível. Em locais de risco, como unidades de saúde, o uso de máscara continua sendo uma estratégia eficaz”, orienta.
A médica também chama atenção para os sinais de alerta. Febre persistente, falta de ar e piora progressiva dos sintomas exigem avaliação médica imediata. “Toda gripe viral pode evoluir para pneumonia. No caso da influenza, temos um antiviral específico, o oseltamivir, conhecido como Tamiflu. Quando iniciado logo no começo dos sintomas, ele reduz significativamente o risco de agravamento e internação”, destaca.
Vigilância e preparação para 2026
A Opas e a OMS recomendam que países das Américas reforcem a vigilância epidemiológica, ampliem a testagem de casos respiratórios e preparem suas redes de saúde para um possível início antecipado da temporada de gripe. Para a população, a orientação é clara: atenção aos sintomas, adesão às campanhas de vacinação assim que iniciadas e manutenção dos cuidados básicos de prevenção.
Com a aproximação de 2026, o comportamento do subtipo K será decisivo para definir a intensidade da próxima temporada de influenza no Brasil. A antecipação do alerta permite que autoridades, profissionais de saúde e a população se preparem com mais informação e menos improviso.
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