Ciência e Tecnologia • 08:49h • 08 de dezembro de 2025
SP Mulher: Ancora1 testa app de proteção e encontra falhas na ativação de localização
Ferramenta promete agilizar pedidos de ajuda para mulheres com medida protetiva, mas avaliações mostram instabilidade no funcionamento
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Reprodução/Print Screen
O Âncora1 realizou neste final de semana um teste completo no aplicativo SP Mulher, ferramenta oficial do Governo do Estado de São Paulo voltada à proteção de mulheres em situação de violência doméstica. O app integra registro de boletim de ocorrência, acesso à rede de proteção e um botão de pânico exclusivo para mulheres com medida protetiva em vigor. A avaliação do aplicativo ocorre no momento em que o estado reforça políticas de segurança voltadas à integridade física de mulheres em risco.
Disponível para Android e iOS, o app exige login por meio da conta Gov.br, garantindo identificação segura da usuária e integração com dados de CPF, perfil e validação biométrica. Na Apple Store, o SP Mulher aparece com 3,3 estrelas e 10 avaliações, registrando diversas reclamações relacionadas a travamentos e erros de acesso.

Primeiro acesso e falhas logo na ativação
Após o download, o Âncora1 iniciou o processo de autenticação via Gov.br. A validação ocorreu com sucesso, mas, na etapa seguinte, o aplicativo exibe a primeira fragilidade: mesmo autorizando o uso de localização “durante o uso do app”, o sistema retornou “erro ao enviar a localização, favor tentar mais tarde”, impedindo a ativação completa.
Esse erro aparece antes mesmo da navegação principal e pode comprometer a funcionalidade que depende da geolocalização — especialmente o acionamento rápido para atendimento policial.
Como a avaliação foi conduzida por um editor homem, não está claro se o erro tem relação com o perfil (o app é para mulheres), com a ausência de medida protetiva ou com instabilidades do próprio sistema. A falha, porém, coincide com diversos relatos negativos presentes na loja de aplicativos.

Funcionalidades e limitações encontradas
Após entrar na área principal, três funções são exibidas:
1. Registro de B.O. de violência doméstica
A ferramenta redireciona para o processo de registro digital, permitindo abertura de boletim sem necessidade de comparecer à delegacia.
Funciona normalmente.
2. SOS – Botão de pânico (para mulheres com medida protetiva)
Ao selecionar a função, o aplicativo pergunta imediatamente:
“Você tem medida protetiva?”
Se a usuária responde “Não”, o processo é interrompido.
Se responde “Sim”, inicia-se um questionário de triagem exclusivo para vítimas.
O app reforça repetidamente que o formulário não é canal de denúncia, mas de comunicação direta com a autoridade policial em situação emergencial — o que reforça a seriedade do recurso.
3. Rede de proteção
Aqui, a limitação é evidente.
O aplicativo oferece apenas dois municípios para seleção: São Paulo e Socorro.
O restante da rede é acessado apenas por links externos (Defensoria Pública, Ministério Público, SP por Todas, protocolo Não Se Cale). A ausência de municípios do interior — inclusive Assis e todo o Vale Paranapanema — impede que a usuária visualize assistência local de forma imediata dentro do próprio aplicativo.
Outros recursos
- O menu lateral oferece funções básicas:
- Meus dados
- Notificações
- Trocar ícone (recurso fundamental para proteção da vítima, permitindo ocultar o nome “SP Mulher”)
- Sair
O app está na versão 3.5.5 no momento da análise.
Avaliações negativas reforçam instabilidade
Entre as avaliações recentes na Apple Store, predominam reclamações como:
- “Não funciona”
- “Não é possível efetuar login”
- “Erro ao reconhecer RG ou CPF”
- “Travamento ao ativar localização”
Os relatos convergem com as falhas encontradas pela reportagem.

Ferramenta essencial, mas que ainda exige ajustes
Como aplicativo criado para proteger mulheres em risco real e imediato, o SP Mulher tem grande importância social, especialmente devido ao botão de pânico vinculado à medida protetiva. No entanto, falhas de geolocalização, instabilidade no login e limitações na rede de proteção podem comprometer a usabilidade da ferramenta em situações críticas.
A plataforma é segura do ponto de vista de privacidade — exige autenticação Gov.br, respeita LGPD e permite alteração do ícone para evitar exposição. Mas ainda está distante da robustez necessária para quem depende do serviço em emergências.
Importante
O aplicativo só deve ser utilizado pela própria vítima, especialmente na função de acionamento de viatura. Informações incorretas podem prejudicar o atendimento real.
O canal não substitui denúncias e não deve ser usado por terceiros.
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