Responsabilidade Social • 08:21h • 23 de outubro de 2025
Sociedade civil defende urgência de limitar aquecimento global a 1,5°C
Documento foi entregue à presidência brasileira da COP30
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: Arquivo Âncora1

Organizações e movimentos da sociedade civil apresentaram, na quinta-feira (16), um documento com seis eixos prioritários para o sucesso da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA).
O material é resultado de dois dias de debates durante o evento O Caminho para Belém, em Brasília, e reforça a urgência de limitar o aquecimento global a 1,5°C. As entidades destacam que a conferência deve entregar resultados consistentes e ambiciosos em todos os seus pilares para recuperar a confiança na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).
“A primeira COP da Amazônia tem a oportunidade de deter e reverter o desmatamento até 2030 e ampliar o financiamento climático público. A conferência deve dar uma resposta firme à lacuna de ambição das NDCs”, afirmou Anna Cárcamo, especialista em política climática do Greenpeace Brasil.
Seis eixos prioritários
O documento propõe um pacote político e de negociação dividido em seis eixos principais:
- Redução das emissões com equidade – criar mecanismos para cortes significativos de gases de efeito estufa ainda nesta década, alinhados à meta de 1,5°C;
- Transição energética justa – estabelecer um calendário global de transição para longe dos combustíveis fósseis, conforme a Contribuição Nacional Determinada (NDC) do Brasil;
- Mecanismo global para transições justas – coordenar apoio técnico, financeiro e tecnológico entre países, evitando o aumento das desigualdades;
- Pacote de adaptação climática – concluir o Marco UAE–Belém para Resiliência Climática Global, com inclusão de povos indígenas, quilombolas, comunidades locais e periferias urbanas;
- Sinergias entre clima e natureza – criar um plano de ação concreto para eliminar o desmatamento e a degradação florestal até 2030, com financiamento e valorização do conhecimento tradicional;
- Financiamento climático ambicioso – construir um Roteiro Baku-Belém que assegure recursos novos, públicos e previsíveis dos países desenvolvidos aos em desenvolvimento.
“Não há resiliência possível sem previsibilidade no financiamento da adaptação climática. Sem uma meta clara, cairemos num abismo já no próximo ano”, alertou Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa.
Participação e representatividade
O encontro reuniu representantes de organizações internacionais e especialistas como Selwin Hart (ONU), Sonia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas) e os enviados especiais da COP30 — Joaquim Belo, Sineia do Vale, Adnan Amin, Philip Yang, Denise Dora e outros.
A iniciativa foi organizada por Greenpeace, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Talanoa, LACLIMA, Observatório do Clima, Plataforma CIPÓ, TNC Brasil, Transforma e WWF-Brasil.
“A sociedade civil articulou seus consensos e mostrou seu espírito colaborativo, o que deixa um sentimento de otimismo para a Conferência de Belém”, afirmou André Castro Santos, diretor técnico da LACLIMA.
“Esta é uma COP diferente das outras, que ocorre no pior momento da cooperação internacional, mas o fracasso não é uma opção”, destacou Claudio Angelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima.
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