Saúde • 11:00h • 15 de julho de 2024
Sintomas de abstinência alcoólica podem surgir mesmo sem interrupção total do consumo, aponta estudo da USP
Redução no consumo de álcool pode desencadear abstinência severa, alertam especialistas
Da Redação | Com informações do Governo de SP | Foto: Divulgação
Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) revelou que os sintomas de abstinência alcoólica podem se manifestar mesmo sem a interrupção total do consumo de álcool.
Segundo João Castaldelli-Maia, psiquiatra e professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, sintomas como: tremores, ansiedade, aumento da pressão arterial e até convulsões podem ocorrer quando a dose de álcool é reduzida ou quando bebidas fermentadas substituem destilados.
Esses sintomas podem durar até 15 dias, com os piores momentos ocorrendo entre o segundo e o sétimo dia, podendo levar a um quadro grave conhecido como delirium tremens.
Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico indicam que, em 2021, cerca de 18% da população brasileira fez uso abusivo do álcool, consumindo mais de cinco doses em uma única ocasião.
O uso frequente e abusivo pode evoluir para dependência de álcool, caracterizada pelo consumo descontrolado e constante da substância.
Diferenças de gênero
O estudo também destacou diferenças significativas entre homens e mulheres em relação à dependência e abstinência alcoólica.
Joana Rodrigues Marczyk, psiquiatra do Programa da Mulher Dependente Química do Hospital das Clínicas, explicou que as mulheres têm maior propensão a desenvolver transtornos relacionados ao uso de álcool mais rapidamente e a sofrer mais consequências físicas, como lesões hepáticas.
Além disso, o consumo de álcool entre mulheres muitas vezes está relacionado à automedicação para aliviar sintomas de comorbidades psiquiátricas não tratadas, como depressão e ansiedade.
Acompanhamento especializado
Devido à gravidade dos sintomas de abstinência, não é recomendado que uma pessoa dependente de álcool interrompa o consumo sem acompanhamento profissional.
Joana Marczyk ressalta que medicamentos, como benzodiazepínicos, são frequentemente usados para controlar os sintomas físicos da abstinência. Em casos graves, pode ser necessária a internação para garantir a segurança e o bem-estar do paciente durante o processo de desintoxicação.
Para aqueles que têm alguém próximo passando por esse processo, é importante não estigmatizar a internação, reconhecendo-a como uma medida necessária para a recuperação.
A rede de apoio, composta por família e amigos, desempenha um papel crucial na proteção e suporte ao indivíduo em tratamento.
Esse estudo sublinha a importância de um tratamento adequado e acompanhamento profissional para aqueles que sofrem de dependência alcoólica, destacando a complexidade e os riscos envolvidos na abstinência alcoólica.
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