Variedades • 20:31h • 16 de dezembro de 2025
Sem Papai Noel: países onde o personagem natalino já foi vetado ou substituído
Razões políticas, religiosas e culturais explicam por que o “bom velhinho” não é universal e encontra resistência em diferentes partes do mundo
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da MakeBuzz Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
Embora o Papai Noel seja um dos símbolos mais reconhecidos do Natal, sua presença não é aceita de forma unânime em todos os países. Em diferentes momentos históricos e contextos culturais, o personagem foi vetado, substituído ou teve sua circulação limitada por motivos políticos, religiosos e ideológicos. O tema ajuda a entender como tradições globais são reinterpretadas ou rejeitadas conforme valores locais.
Segundo o professor de História Mário Marcondes, da Plataforma Professor Ferretto, o Papai Noel carrega significados que extrapolam a imagem festiva. Para ele, o personagem representa um conjunto de símbolos associados ao Natal cristão e à cultura ocidental, o que pode gerar conflitos em sociedades com outras matrizes culturais ou sistemas políticos mais rígidos.
União Soviética e Oriente Médio
Um dos casos mais conhecidos ocorreu na antiga União Soviética. Durante parte do regime comunista, celebrações religiosas foram desencorajadas por serem consideradas incompatíveis com a ideologia marxista. Nesse contexto, o Natal perdeu espaço e figuras como o Ded Moroz, o Avô Gelo, foram promovidas como alternativas seculares, desvinculadas do cristianismo e do imaginário ocidental associado ao Papai Noel.
Em países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, a questão passa pelo fator religioso. Como o Natal não integra as tradições islâmicas, a celebração é desestimulada e símbolos natalinos, incluindo o Papai Noel, são vistos como manifestações culturais externas. Em alguns casos, a restrição ocorre mais no espaço público do que na esfera privada, refletindo normas religiosas e sociais.
Coreia do Norte
Situação semelhante pode ser observada na Coreia do Norte, onde o controle estatal sobre símbolos culturais limita a circulação de referências estrangeiras. A presença do Papai Noel é associada à influência do Ocidente e, por isso, não é incentivada. Nesses contextos, a rejeição não se dirige apenas ao personagem, mas ao conjunto de valores que ele simboliza.
De acordo com Marcondes, a resistência ao Papai Noel nem sempre está ligada à figura em si. Em muitos casos, trata-se de uma reação à globalização cultural. Personagens natalinos acabam funcionando como embaixadores simbólicos de costumes estrangeiros, o que provoca tensão em sociedades que buscam preservar identidades locais ou manter maior controle cultural.
Diversidade de simbologias na Europa
Mesmo na Europa, berço de muitas tradições natalinas, o Papai Noel divide espaço com personagens regionais. Em países como Alemanha, Áustria e partes da Europa Central, figuras como São Nicolau ou personagens do folclore local, como o Krampus, seguem centrais nas celebrações. Nessas regiões, o modelo globalizado do bom velhinho não substituiu completamente tradições anteriores.
Esses exemplos mostram que o Natal, apesar de amplamente difundido, assume formas distintas ao redor do mundo. A trajetória do Papai Noel revela como símbolos considerados universais são constantemente adaptados, reinterpretados ou recusados, conforme o contexto histórico, cultural e político de cada sociedade.
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