Variedades • 17:11h • 10 de outubro de 2025
Segunda florada do ano colore o maior cafezal do mundo em SP
A importância da florada está diretamente ligada ao potencial de produção do café
Agência SP | Foto: Instituto Biológico/Flickr

O maior cafezal urbano do mundo, manejado pelo Instituto Biológico (IB-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, fica na Vila Mariana, zona sul da capital paulista, e está novamente coberto por flores brancas e perfumadas. A segunda florada do ano começou nesta segunda-feira (6) e está marcando um período essencial para o desenvolvimento dos grãos que serão colhidos em maio do ano que vem.
De acordo com a pesquisadora Harumi Hojo, responsável pelo cafezal, “a importância da florada está diretamente ligada ao potencial de produção do café. A quantidade e a qualidade das flores nos dão uma perspectiva sobre como será a colheita”. O fenômeno, que normalmente ocorre entre setembro e novembro, dura poucos dias e transforma o espaço em um espetáculo natural de perfume doce e intenso.
Além da beleza, a florada é um lembrete da importância dos polinizadores. Abelhas e marimbondos, ao buscarem néctar, transportam grãos de pólen de uma flor para outra, promovendo a fertilização. “Esses insetos contribuem não apenas para a qualidade e quantidade dos grãos, mas também para a biodiversidade local”, explica Harumi. “Eles são fundamentais para a polinização cruzada e até mesmo para a autopolinização, fortalecendo a robustez genética do cafezal.”
Coberta por flores brancas e perfumadas, florada começou na segunda-feira (6) e está marcando um período essencial para o desenvolvimento dos grãos que serão colhidos em maio
Durante a florada, o Instituto também realiza pesquisas para identificar quais espécies de polinizadores atuam no cafezal e de que forma contribuem para a produção. Segundo Harumi Hojo, abelhas nativas têm papel fundamental nesse processo, pois ajudam a uniformizar o tamanho dos frutos e aumentar seu teor de doçura. Para isso, os pesquisadores utilizam redes entomológicas e armadilhas coloridas – em tons de branco, amarelo e azul – com uma solução de água e sabão que atrai os insetos sem causar impacto significativo ao ambiente.
O Instituto Biológico mantém cerca de 2.200 pés de café em uma área de 10 mil m², abrigando seis variedades, entre elas o bourbon amarelo, mundo novo e catuaí. Criado na década de 1950 para pesquisas sobre doenças e pragas em cafezais, o espaço hoje é também um ponto turístico, educativo e cultural.
Anualmente, o IB realiza o evento Sabor da Colheita, que já soma mais de 17 edições e celebra o ciclo do café, aproximando o público urbano das origens do grão. As visitas ao cafezal são gratuitas e devem ser agendadas via formulário disponível no Instagram @cafezalurbanoib.
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