Saúde • 08:42h • 10 de agosto de 2025
Saúde óssea infantil: quando dores e fraturas são sinais de alerta
Deformidades, fraturas e dores persistentes podem indicar distúrbios osteometabólicos que comprometem o crescimento e a qualidade de vida das crianças
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da ABRASSO | Foto: Divulgação

Nem sempre um crescimento diferente, dores persistentes ou fraqueza muscular são apenas fases normais da infância. Esses sinais, muitas vezes negligenciados, podem estar relacionados a doenças osteometabólicas pediátricas, distúrbios que afetam a formação, a estrutura e a qualidade dos ossos em crianças. Para chamar atenção à importância do diagnóstico precoce, a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO) promove, no dia 12 de agosto, a Campanha Nacional de Conscientização das Doenças Osteometabólicas Pediátricas, com o tema “Saúde Óssea Pediátrica: Prevenção e Tratamento desde a gestação até a juventude!”.
De acordo com o endocrinologista pediátrico Dr. Guido Colares, membro da ABRASSO, o grande desafio é identificar precocemente os sintomas. “Muitas vezes os sinais passam despercebidos, pois são confundidos com características normais do desenvolvimento infantil”, alerta. Ele cita mudanças sutis na postura, na marcha ou no crescimento como indícios que devem ser investigados. O atraso no diagnóstico pode agravar o quadro clínico e comprometer o tratamento.
Entre os principais sinais que exigem atenção estão deformidades ósseas, como pernas arqueadas, alterações na coluna, baixa estatura desproporcional, fraturas com traumas mínimos e perda precoce de dentes. Doenças genéticas como a Osteogênese Imperfeita, que atinge entre 1 a cada 15 a 20 mil nascidos vivos, e a hipofosfatemia ligada ao X, com prevalência estimada de 4 em cada 100 mil nascidos, são exemplos de condições muitas vezes subdiagnosticadas. Já entre as adquiridas, destaca-se a osteoporose induzida por medicamentos, comum em pacientes com doenças crônicas como a distrofia muscular de Duchenne, cuja taxa de fraturas pode superar 50%.
Outro alerta vai para a Doença Metabólica Óssea da Prematuridade, que pode afetar até 40% dos bebês com menos de 1.500 gramas, exigindo protocolos de triagem nas UTIs neonatais. A campanha da ABRASSO também busca envolver profissionais da saúde, famílias e gestores públicos. “Precisamos incluir essas doenças no radar clínico. A maioria tem tratamento e, quanto mais cedo forem detectadas, maiores são as chances de garantir um desenvolvimento saudável”, reforça o Dr. Colares.
A mensagem central da campanha é que não se deve normalizar sinais recorrentes de dor, fraqueza ou alterações físicas sem uma avaliação especializada. O diagnóstico precoce pode evitar sequelas permanentes e proporcionar melhor qualidade de vida às crianças. Informar é prevenir, e prevenir é cuidar desde cedo da saúde óssea infantil.
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