Mundo • 18:41h • 18 de setembro de 2025
Saída dos baby boomers redefine futuro do trabalho e reforça necessidade de integração
Transformação estrutural exige novas estratégias de liderança, cultura organizacional e transmissão de conhecimento
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Mention | Foto: Arquivo/Âncora1

A aposentadoria em massa dos baby boomers, geração nascida entre 1946 e 1964, deixou de ser previsão para se tornar realidade e já impacta profundamente o mercado de trabalho. A saída gradual desse grupo representa mais que uma transição demográfica: é uma mudança estrutural que altera práticas de liderança, sucessão, cultura organizacional e o modo como o conhecimento é compartilhado entre diferentes gerações.
Dados do Pew Research Center indicam que, em 2019, havia cerca de 71,6 milhões de baby boomers nos Estados Unidos, sendo que quase um terço ainda permanecia ativo mesmo após os 65 anos. Essa permanência prolongada adiou a percepção da transição geracional nas empresas, mas hoje torna ainda mais evidente a necessidade de preservar a experiência acumulada e, ao mesmo tempo, evoluir a cultura corporativa para atender às expectativas de Millennials e Gen Zs.
De acordo com a Deloitte 2024, 90% dos profissionais mais jovens consideram o propósito central para sua satisfação no trabalho, e 20% já trocaram de emprego por desalinhamento de valores. Essa mudança mostra que o desafio vai além da sucessão de cargos: trata-se da capacidade das organizações de dialogar com diferentes gerações e seus princípios.
Uma das respostas estratégicas a esse cenário está no recrutamento baseado em habilidades. Dados do LinkedIn revelam que 70% das vagas já destacam competências específicas, o que ampliou em 20% o número de candidaturas. Essa abordagem reduz a dependência exclusiva de históricos formais e fortalece a integração de novos talentos ao mesmo tempo em que preserva o capital intelectual das empresas.
Outro recurso em crescimento é a mentoria reversa
Iniciativas já adotadas por companhias como PwC, British Airways e Mastercard mostram que a troca de papéis, em que profissionais mais jovens ensinam sobre tecnologia e inovação e recebem em contrapartida orientação em liderança e estratégia, cria um ciclo de aprendizado mútuo que suaviza os efeitos da saída dos baby boomers.
Especialistas alertam que a experiência acumulada ao longo de décadas é insubstituível, mas ignorar a transição pode ser ainda mais arriscado. Políticas que equilibram preservação de conhecimento e valorização de novas perspectivas ampliam a competitividade e reduzem rupturas culturais.
O futuro do trabalho dependerá da construção de pontes entre gerações. Programas de desenvolvimento contínuo, práticas de recrutamento inclusivas e a adoção de mentorias se consolidam como pilares para garantir sustentabilidade organizacional e transformar a saída dos baby boomers em uma oportunidade de reconfiguração do mercado.
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