Saúde • 16:14h • 08 de julho de 2025
Saiba como entender o resultado da sua mamografia com o sistema BI-RADS
Classificação padronizada orienta condutas médicas e ajuda a reduzir ansiedade das pacientes ao interpretar exames
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Experta Media | Foto: Divulgação

Entender o resultado de uma mamografia pode gerar muitas dúvidas, mas conhecer o sistema BI-RADS facilita o diálogo com os profissionais de saúde e ajuda a reduzir a ansiedade das pacientes. O sistema, sigla para Breast Imaging and Reporting Data System, foi criado pelo Colégio Americano de Radiologia e padroniza mundialmente a forma de interpretar e descrever achados mamográficos.
No Brasil, só em 2023, foram realizadas mais de 4,4 milhões de mamografias no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Essas investigações são fundamentais para o rastreamento precoce do câncer de mama, já que a mamografia consegue detectar tumores com menos de 2 centímetros, não percebidos no autoexame.
O BI-RADS define categorias de 0 a 6, cada uma indicando o grau de suspeição de câncer e a conduta recomendada.
BI-RADS 0 e 1: exames inconclusivos ou normais
A categoria BI-RADS 0 indica exame inconclusivo, quando imagens adicionais são necessárias para completar a avaliação. Isso pode acontecer por problemas técnicos, como movimentação da paciente ou posicionamento inadequado das mamas. A conduta indicada é repetir os exames para garantir qualidade diagnóstica.
Já o BI-RADS 1 sinaliza resultado normal, sem alterações identificadas. O risco de malignidade é nulo, e a paciente deve apenas manter o rastreamento de rotina, recomendado bianualmente para mulheres entre 50 e 69 anos.
BI-RADS 2 e 3: achados benignos ou provavelmente benignos
O BI-RADS 2 é dado para achados benignos como calcificações, lipomas ou cicatrizes cirúrgicas. Apesar de haver alguma alteração na imagem, a classificação confirma risco zero de câncer, e o seguimento recomendado continua sendo o rastreamento de rotina.
A categoria BI-RADS 3 refere-se a achados provavelmente benignos, com baixo risco de malignidade (cerca de 2%). Aqui, o radiologista identificou algo que não é definitivamente benigno, mas que tem fortes características de benignidade. Para acompanhar, recomenda-se um novo exame em seis meses para verificar se houve alteração.
BI-RADS 4 e 5: suspeita de malignidade e necessidade de biópsia
As categorias BI-RADS 4 e 5 sugerem suspeição de câncer e pedem investigação histopatológica. O BI-RADS 4 indica achados suspeitos, com risco de malignidade entre 2% e 94%, subdividido em 4A, 4B e 4C conforme o grau de suspeita. Nestes casos, a biópsia é necessária para confirmação.
O BI-RADS 5 corresponde a lesões altamente suspeitas de câncer, com 95% de chance de malignidade. Nessas situações, além da biópsia para diagnóstico definitivo, costuma-se já planejar o tratamento cirúrgico. Uma vez confirmado o câncer, a escolha terapêutica varia conforme o tipo do tumor, podendo incluir cirurgia conservadora, quimioterapia, radioterapia ou tratamentos sistêmicos.
BI-RADS 6: acompanhamento de casos confirmados
A categoria BI-RADS 6 é reservada a pacientes com câncer de mama confirmado que realizam exames para acompanhamento durante o tratamento. O objetivo é monitorar a resposta à terapia e identificar possíveis recidivas.
Nesses casos, conhecer os efeitos colaterais da radioterapia como descamação, escurecimento e vermelhidão da pele, queda de pelos na região tratada, além de cansaço e alterações cardíacas quando aplicada no tórax ajuda pacientes e equipes de saúde a planejar o cuidado.
Laudo completo e qualidade do exame
Além da classificação BI-RADS, o laudo deve trazer informações padronizadas como nome completo da paciente, local de realização do exame, nome do médico solicitante, data, justificativa para o pedido, descrição detalhada dos achados, hipótese diagnóstica e dados complementares como idade e características físicas.
A qualidade da mamografia também é essencial para garantir diagnósticos precisos. Protocolos técnicos rigorosos aumentam a capacidade de detectar alterações pequenas ou de baixa densidade, com sensibilidade entre 85% e 90% em mulheres acima de 50 anos. Já exames sem esse cuidado podem ter sensibilidade de apenas 66%, o que reforça a importância de manter padrões de qualidade em todo o processo.
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