Mundo • 08:33h • 19 de setembro de 2024
Rede social X dribla bloqueio no Brasil usando IPs dinâmicos
Atualização noturna integra Cloudflare ao app, complicando esforços de restrição sem afetar outros serviços essenciais
Da Redação | Com informações da Abrint | Foto: Divulgação
Na última noite (18/09), uma mudança súbita na estrutura operacional da rede social X, agora utilizando a tecnologia Cloudflare, complicou significativamente os esforços para manter o aplicativo bloqueado no Brasil. A alteração vem após decisões judiciais que ordenaram o bloqueio da plataforma por não cumprir determinações legais brasileiras.
A transição para o Cloudflare, um serviço que protege e acelera websites através de uma rede distribuída, permite que o X mascare seus endereços IP reais. Esses IPs, agora dinâmicos e em constante mudança, são compartilhados com várias outras plataformas legítimas. Isso inclui serviços bancários e grandes provedores de internet, tornando qualquer tentativa de bloqueio uma potencial ameaça a essenciais serviços online.
Impacto nos provedores e desafios técnicos
Os provedores de internet, seguindo orientações da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), encontram-se em uma posição delicada. "Estamos aguardando diretrizes claras da Anatel. Um bloqueio precipitado poderia ter consequências desastrosas, não apenas para o X, mas para uma série de serviços críticos que compartilham a mesma infraestrutura de IP", explica um porta-voz da ABRINT.
O uso do Cloudflare por parte do X implica em IPs que se alteram frequentemente, o que representa um desafio significativo para a aplicação de bloqueios sem afetar outros usuários da rede. Esta estratégia, embora eficaz na manutenção da acessibilidade ao serviço, levanta preocupações sobre as capacidades regulatórias e de controle de conteúdo na internet.
Reações e consequências
A situação levantou um debate acalorado sobre a soberania digital e a capacidade de governança da internet no Brasil. Enquanto as autoridades buscam maneiras de implementar o bloqueio sem prejuízos colaterais, os usuários e observadores questionam as implicações para a liberdade de expressão e a neutralidade da rede.
A ABRINT, por sua parte, reitera o compromisso com a legalidade e a importância de uma abordagem ponderada e técnica. "Nossa prioridade é garantir a integridade e a estabilidade da internet no Brasil, evitando decisões que possam comprometer o acesso a informações e serviços críticos para milhões de brasileiros", acrescenta o representante da ABRINT.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos no Brasil, considerando-os um teste significativo para a governança global da internet e para as políticas de controle digital em outras partes do mundo.
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