Responsabilidade Social • 15:52h • 10 de setembro de 2025
Racismo estrutural e falta de renda ainda afastam jovens da escola, aponta pesquisa
Estudo revela que maioria dos brasileiros que não concluíram a educação básica é formada por pessoas negras e de baixa renda. Especialistas defendem fortalecimento da EJA como caminho para garantir acesso à educação e melhores oportunidades de trabalho
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência Brasil | Foto: José Cruz/Agência Brasil

O racismo estrutural e a necessidade de trabalhar para garantir renda estão entre os principais fatores que impedem milhões de jovens e adultos de concluir a educação básica no Brasil. A conclusão é de um estudo da Fundação Roberto Marinho e do Itaú Educação e Trabalho, que analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Segundo o levantamento, cerca de 66 milhões de brasileiros com mais de 15 anos estão fora da escola sem ter concluído os estudos — em sua maioria pessoas negras e de baixa renda. “O programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) precisa compreender que esse é o perfil predominante do público que atende”, afirma Diogo Jamra, gerente do Itaú Educação e Trabalho.
A pesquisa mostra que fatores como atraso escolar, baixa renda, morar em áreas rurais e a necessidade de trabalhar aumentam as chances de evasão, principalmente entre homens negros de 18 a 20 anos. Já entre adultos matriculados na EJA, a probabilidade de abandonar os estudos cresce para quem trabalha em jornadas longas ou é responsável pelo domicílio.
Apesar dos obstáculos, os dados revelam que concluir a EJA traz ganhos concretos: entre jovens de 19 a 29 anos, a chance de conseguir um emprego formal cresce em até 9,6 pontos percentuais e a renda mensal aumenta, em média, 7,5%.
Para os especialistas, os resultados reforçam a urgência de ampliar políticas públicas que fortaleçam a EJA e a integrem a programas de Educação Profissional e Tecnológica. “A necessidade de trabalhar é, ao mesmo tempo, um fator que leva à evasão e uma motivação para retornar à escola. Só com investimento e inovação pedagógica poderemos transformar essa realidade”, defende Jamra.
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