• Checklist do 3I/ATLAS: o que resistiu, o que caiu e o que ainda intriga após dois meses de anomalias
  • Hub Inova FEMA é credenciado ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação
  • Feira de Economia Solidária realiza edição especial nesta quarta-feira em Assis, com show gratuito
Novidades e destaques Novidades e destaques

Responsabilidade Social • 15:04h • 29 de novembro de 2024

Quase quatro em cada dez escolas de capitais não têm área verde

Estudo aponta vulnerabilidade climática de colégios das capitais

Agência Brasil | Foto: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

O estudo constatou que nas escolas estudadas, apenas 26,6% na média de toda a área ocupada era de vegetação.
O estudo constatou que nas escolas estudadas, apenas 26,6% na média de toda a área ocupada era de vegetação.

Um estudo sobre as escolas de educação infantil e ensino fundamental nas capitais, divulgado na última quarta-feira (27), apontou que seis em cada dez instituições pesquisadas (64% ) estão em locais onde a temperatura é pelo menos 1 grau Celsius (°C) maior que a média da região. Além disso, 37,4% dos locais não têm áreas verdes, 11,3% ficam em favelas e 6,7% estão em áreas de risco de desastres naturais.

A pesquisa O Acesso ao Verde e a Resiliência Climática nas Escolas das Capitais Brasileiras, promovida pelo Instituto Alana, concluiu também que 370 mil estudantes em 20.635 escolas públicas e privadas estão em áreas de risco climático. Na prática, são crianças e adolescente que podem ter a educação básica comprometida por incêndios florestais, tempestades ou deslizamentos.

“Isso pode significar semanas e semanas sem aula, como a gente viu acontecer lá em Porto Alegre, viu acontecer em outros lugares. No estado de São Paulo também, no litoral, e resulta muitas vezes em abandono escolar, porque quando as crianças ficam muito tempo sem poder frequentar as aulas, elas muitas vezes não voltam”, explica Maria Isabel Barros, especialista em criança e natureza do Instituto Alana.

De acordo com os pesquisadores do Mapbiomas, instituto que desenvolveu o estudo, no ano de 2023 em que os dados foram levantados, a região que mais concentrou escolas com temperatura acima da média do perímetro urbano onde estão inseridas, foi a Região Norte, onde os estados de Manaus (97%), Macapá (93%) e Palmas (91,5%) registraram os maiores percentuais de instituições nessa situação. A exceção foi Belém, que de todas as capitais registrou o menor percentual, 33,2% de escolas mais quentes.

“A gente também vem assistindo um impacto muito forte das ondas de calor no dia a dia das crianças nas escolas. Então, as crianças não conseguem se concentrar para aprender, e muitas vezes não tem acesso ao recreio, porque está muito, muito quente”, diz Maria Isabel. Para a especialista, esses dados estão diretamente associados à ausência de áreas verdes nas escolas.

Áreas verdes

O estudo constatou que nas escolas estudadas, apenas 26,6% na média de toda a área ocupada era de vegetação:

“Já tem muitas pesquisas que comprovam que crianças que têm pátios escolares mais verdes, mais naturalizados, desenvolvem um brincar mais ativo. Elas desenvolvem uma sociabilidade mais benéfica, brincam com mais complexidade, enfim, uma série de benefícios para o seu desenvolvimento integral e para a sua saúde”, explica a especialista.

Segundo Maria Isabel, também é importante considerar que a presença dessas áreas verdes nas escolas não significa que esses espaços tenham um aproveitamento intencional para resiliência climática e aprendizado. Quando isso ocorre, as atividades também são realizadas do lado de fora dos prédios, em salas abertas e nas áreas sombreadas pela própria vegetação:

“É uma coisa que tecnicamente se chama solução baseada na natureza. O sombreamento é uma delas, que nos ajudam a mitigar os efeitos das ondas de calor e outros eventos climáticos e a nos adaptar.”

Quando os pesquisadores observaram as áreas que cercam as escolas, também concluíram que em todo o país apenas 1,9% dos espaços de até 500 metros das instituições são praças e parques.

Capitais da região Norte também tiveram o pior desempenho neste quesito, com Porto Velho (0,6%) e Macapá (1,2%) apresentando as menores proporções de parques praças nas proximidades das escolas.

Desigualdades

Um recorte das escolas localizadas em favelas e comunidades urbanas também levam a um percentual maior que a média nacional (11,3%) nas capitais da Região Norte.

Manaus é a cidade que mais concentra instituições de ensino infantil e fundamental em favelas, onde mais da metade, 53%, ficam nessas áreas, e Belém é a segunda capital nessa situação, com 41% das instituições em favelas e comunidades.

A exceção na Região Norte é a capital Boa Vista, onde não foi identificada nenhuma escola em favela. Já no Centro-Oeste, apenas 1% das escolas fica em favelas nas capitais Goiânia e Campo Grande.

Quando o mesmo recorte é realizado para escolas em áreas de risco para desastres naturais, capitais do Nordeste apresentaram a maior concentração de instituições nessa situação. Em Salvador, 50% das escolas estão em áreas de risco, e em Vitória e Recife o número é de aproximadamente 25%.

Ao aprofundarem o recorte das escolas em áreas de risco para um olhar racial sobre a vulnerabilidade dos estudantes, os pesquisadores concluíram que 51% das escolas nessa situação têm maioria de estudantes negros, e apenas 4,7% têm maioria de estudantes brancos.

“Os dados comprovam as desigualdades territoriais, raciais e socioeconômicas que a gente já vem observando na distribuição do verde e também em relação ao risco na cidade de modo geral aqui no Brasil. As escolas reproduzem essas desigualdades que a gente enxerga nesses indicadores”, conclui a especialista.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 19:05h • 09 de dezembro de 2025

Checklist do 3I/ATLAS: o que resistiu, o que caiu e o que ainda intriga após dois meses de anomalias

Âncora 1 faz balanço técnico do que já se sabe sobre o 3I/Atlas após dois meses de cobertura, com base em estudos oficiais, observações independentes e análises científicas

Descrição da imagem

Economia • 18:23h • 09 de dezembro de 2025

Indústria alerta para avanço da pirataria têxtil e risco à vida com EPIs falsificados

Perdas no mercado ilegal ultrapassam R$ 87 bilhões e incluem fraude em tecidos usados para EPIs, alerta a indústria

Descrição da imagem

Educação • 17:39h • 09 de dezembro de 2025

Hub Inova FEMA é credenciado ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação

Reconhecimento estadual integra o núcleo de inovação da FEMA à rede paulista dedicada ao desenvolvimento científico e empreendedor

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 17:14h • 09 de dezembro de 2025

SP promove oito municípios e passa a ter 78 Estâncias Turísticas

Tatuí, Jaú, Botucatu, Guararema, Sertãozinho, Buritama, Apiaí e Barra do Turvo integram a partir de agora a categoria de Estância

Descrição da imagem

Economia • 16:47h • 09 de dezembro de 2025

A inadimplência no ensino superior acende alerta sobre risco de apagão educacional no interior

Relatório do Semesp mostra avanço entre instituições pequenas e expõe ameaça à sustentabilidade do ensino superior fora dos grandes centros

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 16:15h • 09 de dezembro de 2025

Cruzália anuncia programação especial de Natal com shows, sorteios e chegada do Papai Noel

Evento terá dois dias de atrações gratuitas na Praça da Matriz, incluindo apresentações musicais e atividades para toda a família

Descrição da imagem

Cidades • 15:50h • 09 de dezembro de 2025

Natal Premiado sorteará moto e vales de compras durante encerramento em Palmital

Evento terá luzes, música, praça de alimentação e campanha Natal Premiado com sorteio de moto e vales de compras

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 15:09h • 09 de dezembro de 2025

Maracaí promove encontro de mães atípicas com roda de conversa e apoio psicológico

Atividade será realizada na sexta-feira, 12 de dezembro, com foco em acolhimento, escuta e troca de experiências entre mães de crianças com deficiência, síndromes e transtornos

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento

Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025