Variedades • 19:26h • 02 de julho de 2025
Quando ser bonzinho demais vira um problema: psicóloga explica os riscos de não saber dizer não
Aline Graffiette alerta para os perigos da "síndrome do bonzinho" e defende uma bondade madura, que combine empatia e firmeza
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Agência Viva | Foto: Divulgação

Em um mundo que valoriza empatia, gentileza e altruísmo, ser uma pessoa boa parece uma virtude inquestionável. Mas, segundo a psicóloga Aline Graffiette, CEO da Mental One Psicologia, existe um limite sutil entre ser gentil e se colocar em risco. Para ela, a chamada "síndrome do bonzinho" pode se tornar um obstáculo à saúde emocional e comprometer relações saudáveis.
"Existe uma linha tênue entre ser uma pessoa gentil e se tornar vulnerável diante de um ambiente que nem sempre responde de forma justa", afirma Aline. Ela alerta que o excesso de bondade pode transformar alguém em alvo fácil para manipuladores ou dinâmicas de abuso emocional, seja no trabalho ou na vida pessoal.
A psicóloga defende o conceito de "bondade inteligente" — um equilíbrio que une empatia e firmeza, permitindo que a pessoa mantenha o respeito dos outros e preserve o próprio bem-estar. "Quem tenta agradar a todos o tempo inteiro acaba sendo respeitado por ninguém. O respeito vem da coerência, da capacidade de estabelecer limites e de saber dizer 'não' quando necessário", explica.
Entre os sinais de alerta para quem pode estar caindo na armadilha do excesso de bondade, Aline destaca: dificuldade em impor limites, sensação constante de esgotamento emocional, desequilíbrio em relações em que se dá mais do que se recebe, e incapacidade de se posicionar em situações injustas.
Esses padrões, segundo a psicóloga, muitas vezes surgem em pessoas educadas para sempre priorizar os outros, mesmo que isso as prejudique. O resultado costuma ser desgaste emocional e frustração.
Para quebrar esse ciclo, Aline recomenda mudanças de postura importantes. A primeira é reconhecer que o mundo real não recompensa apenas boas intenções, mas atitudes assertivas. É essencial cultivar uma imagem coerente, com empatia e clareza na comunicação, além de desenvolver a capacidade de analisar friamente as relações para evitar ingenuidade.
Ela reforça ainda que aprender a dizer "não" de forma respeitosa é fundamental para estabelecer limites saudáveis. "Ser bom não significa se anular. Uma bondade madura é aquela que sabe ceder quando faz sentido, mas também sabe se impor quando necessário", conclui.
Para Aline Graffiette, mais do que um gesto moral, esse equilíbrio é uma questão de saúde emocional e de autoconhecimento. "Ser firme quando a situação exige é essencial para manter relações mais saudáveis e proteger a própria integridade emocional", afirma.
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