• Pipa causa curto-circuito e deixa mais de 500 clientes sem energia em Maracaí
  • Cidade do interior paulista lidera ranking da Uber de locais que mais esquecem objetos; confira a lista
  • Feira de Rock de Assis chega à 3ª edição com shows, food trucks e espaço para carros antigos
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 09:17h • 03 de agosto de 2025

Própolis de abelha sem ferrão tem ação contra larvas da dengue

Pesquisadores encontraram uma substância que promove a morte de 90% a 100% de larvas do Aedes aegypti em própolis de mandaçaia, abelha nativa do Brasil

Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Arquivo Âncora1

Encontrado na seiva do pinus, composto provavelmente é potencializado pelo processamento por insetos e tem potencial para auxiliar no combate ao mosquito vetor de arboviroses
Encontrado na seiva do pinus, composto provavelmente é potencializado pelo processamento por insetos e tem potencial para auxiliar no combate ao mosquito vetor de arboviroses

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e de duas startups de Ribeirão Preto encontraram um composto capaz de matar larvas de Aedes aegypti na própolis da abelha sem ferrão conhecida como mandaçaia (Melipona quadrifasciata). Os resultados foram publicados na revista Rapid Communications in Mass Spectrometry.

O trabalho é fruto de apoios da FAPESP e de um projeto financiado pelo Ministério da Saúde para a busca de agentes larvicidas naturais que combatam o mosquito causador de viroses como dengue, febre amarela, chikungunya e zika. Atualmente, esse combate é feito usando um inseticida químico bastante tóxico ao ambiente.

“As abelhas são conhecidas por recolher materiais na natureza para compor a colônia, que em certos casos podem atuar protegendo contra bactérias e fungos invasores. Fizemos uma série de análises na geoprópolis, que mistura resinas vegetais com partículas de terra ou argila em sua composição [a própolis tradicional é feita apenas com resinas, cera e secreções das abelhas]. Observamos que o diterpeno presente nela era responsável pela atividade larvicida”, explica Norberto Peporine Lopes, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP).

Lopes coordena o projeto “Inventariando o metabolismo secundário através da metabolômica: contribuição para a valoração da biodiversidade brasileira”, apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa BIOTA.

Em larvas de Aedes aegypti, os pesquisadores compararam a ação da própolis tradicional, produzida pela abelha-europeia (Apis mellifera), com a da geoprópolis da mandaçaia. A primeira teve uma atividade muito baixa, mesmo após 72 horas de exposição. Nos ensaios com a geoprópolis, porém, ocorreu a morte de 90% das larvas em 24 horas e de 100% em 48 horas.

Análises realizadas com ferramentas computacionais apontaram o diterpeno como o mais provável agente larvicida entre os compostos presentes na geoprópolis. Ao estudar os hábitos das abelhas em Bandeirantes, no Paraná, onde a geoprópolis foi coletada, observou-se que as mandaçaias visitam frequentemente plantações de pinus (Pinus elliottii), espécie de árvore do hemisfério Norte cultivada no Brasil para a exploração de madeira e resina.

“Era sabido que a composição química da própolis é influenciada pelas resinas coletadas para a construção e proteção dos ninhos, assim como pela composição florística do ambiente, do bioma e de fatores sazonais. Nesse caso, ficou claro que a resina do pinus, processada pela saliva das mandaçaias, é que proporciona a ação larvicida”, conta Luís Guilherme Pereira Feitosa, primeiro autor do artigo, realizado com apoio da Fapesp durante doutorado na FCFRP-USP.

Abelha brasileira

As mandaçaias são especialmente interessantes porque são de fácil cultivo, não têm ferrão e são nativas do Brasil. Uma das ideias dos pesquisadores é a valoração de outros produtos produzidos por elas, além do mel.

No caso da própolis, a da mandaçaia se diferenciou da de outras abelhas nativas analisadas no estudo, encontradas no mesmo município: a borá (Tetragona clavipes), a mirim (Plebeia droryana) e a jataí (Tetragonisca angustula). A própolis das três espécies, também nativas e sem ferrão, teve baixa atividade larvicida.

Os pesquisadores explicam que o volume de geoprópolis produzido pelas mandaçaias é muito baixo, o que torna inviável seu uso como agente larvicida. No entanto, o fato de o diterpeno estar na resina do pinus é uma boa notícia. Como é produzida em larga escala para diversas aplicações industriais, como solventes e colas, a resina poderia ser submetida a processos químicos que mimetizam o que é feito pelas mandaçaias.

“São modificações que podem formar moléculas com maior atividade do que o composto original e que podem ser induzidas em biorreatores, equipamentos presentes na indústria farmacêutica”, afirma Lopes.

Segundo Feitosa, o fluxo de trabalho usado no estudo, envolvendo diferentes técnicas de espectrometria de massas, pode ser aplicado na busca de compostos para os mais variados fins. “Atualmente, buscamos moléculas naturais com ação contra tumores”, diz o pesquisador, que agora realiza pós-doutorado na FCFRP-USP.

O projeto do Ministério da Saúde, coordenado pela professora Laila Salmen Espindola, da UnB, proporcionou ainda a descoberta de outro composto larvicida, presente no óleo essencial de uma planta já produzida em larga escala. A descoberta ainda não foi publicada e os dados estão com o ministério.

Os pesquisadores, inclusive, produziram um pó e um comprimido à base do óleo essencial que protegem a água por até 24 dias. O pó mata imediatamente as larvas, enquanto o comprimido, de liberação lenta, se dissolve aos poucos e mantém a água livre dos mosquitos.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Cidades • 20:18h • 08 de setembro de 2025

Pipa causa curto-circuito e deixa mais de 500 clientes sem energia em Maracaí

Ocorrência registrada na tarde de sexta-feira mobilizou equipes da Energisa e reforça alerta sobre os riscos de soltar pipa perto da rede elétrica

Descrição da imagem

Variedades • 19:06h • 08 de setembro de 2025

Cidade do interior paulista lidera ranking da Uber de locais que mais esquecem objetos; confira a lista

Bragança Paulista lidera lista; levantamento mostra perfil dos esquecimentos e orienta passageiros sobre como recuperar pertences

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 17:38h • 08 de setembro de 2025

Assis recebe 2ª Feira de Cultura Popular e Economia Solidária em outubro

Evento integra o 2º Festejo da Cultura Popular do Vale do Paranapanema, com programação gratuita voltada a toda comunidade

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 17:08h • 08 de setembro de 2025

Feira de Rock de Assis chega à 3ª edição com shows, food trucks e espaço para carros antigos

Evento será no domingo, dia 14 de setembro, na Concha Acústica, das 16h às 22h, com entrada solidária mediante doação de 1 kg de alimento

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 16:40h • 08 de setembro de 2025

Aplicativo promove autonomia de pessoas cegas e com baixa visão em cidades do interior paulista

Disponível para celulares e computadores, o Siga Cidades oferece dezenas de audiodescrições de espaços públicos, como pontos turísticos, prédios oficiais e unidades de educação localizados em Bauru, Botucatu e Marília. Iniciativa é fruto do projeto de extensão Biblioteca Falada.

Descrição da imagem

Responsabilidade Social • 16:10h • 08 de setembro de 2025

Festa do Peão de Barretos expõe falhas no Protocolo Não se Cale e serve de exemplo

Fiscalização do Procon-SP durante o Agosto Lilás revela falhas em estabelecimentos e reforça alerta para grandes eventos do interior nos próximos meses

Descrição da imagem

Cidades • 15:36h • 08 de setembro de 2025

SP-333 passa a contar com postes de iluminação sem fios e cabos de aço como barreira de segurança

Postes são abastecidos por energia eletromagnética de baixa frequência transmitida pelo ar, dispensando o uso de cabos e baterias

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 15:14h • 08 de setembro de 2025

Apple revela nesta terça-feira novo iPhone 17 e surpresas esperadas para 2025

Evento "Awe Dropping" será transmitido online às 14h (BRT); expectativa é alta sobre o “iPhone 17 Air”, câmera, chip A19 e outros lançamentos

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025

Especialistas alertam para a necessidade de estratégias robustas para mitigar os impactos de um possível colapso digital

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento

Quanto seria o ingresso se o show de Lady Gaga fosse pago?