Saúde • 12:40h • 18 de outubro de 2024
Promover a alimentação adequada e saudável: um direito e um compromisso coletivo
No Dia Mundial da Alimentação, o Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde se destaca como uma ferramenta fundamental para promover saúde e sustentabilidade
Da Redação com informações do Ministério da Saúde | Foto: Rafael Zart/MDS
Na quarta-feira (16), o mundo se uniu para celebrar o Dia Mundial da Alimentação. A data visa conscientizar os cidadãos e governos sobre a importância da alimentação saudável e da garantia da segurança alimentar e nutricional. No Brasil, essa ocasião se alinha aos princípios e recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, que completa 10 anos no próximo mês. Trata-se de uma importante publicação do Ministério da Saúde para incentivar a população a desenvolver práticas alimentares adequadas e saudáveis e subsidiar políticas públicas de diferentes setores que apoiem e protejam essas práticas.
Em 2024, o Dia Mundial da Alimentação, que também marca o aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), tem como tema “Direito aos alimentos para uma vida e um futuro melhores”. Nesse contexto, com o intuito de apoiar a população para escolhas alimentares mais saudáveis e orientar políticas públicas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FAO recomendam que os governos elaborem diretrizes nacionais sobre alimentação e nutrição, apresentadas em guias alimentares. O objetivo é fornecer informações atualizadas em linguagem acessível para todas as pessoas, levando em conta as culturas dos países e de suas populações.
“Ao seguir as recomendações do Guia Alimentar, os brasileiros e as brasileiras melhoram sua saúde e bem-estar, além de contribuírem para a sustentabilidade ambiental, colaborando para um futuro mais saudável para as próximas gerações”, afirma a coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Kelly Alves.
De acordo com a publicação, a alimentação adequada e saudável está profundamente ligada a um sistema alimentar que deve ser socialmente e ambientalmente sustentável. “Um relatório elaborado por pesquisadores da Universidade de Oxford e publicado pela FAO destacou o guia brasileiro como um dos mais sustentáveis do mundo”, ressalta a coordenadora-geral.
O Guia Alimentar para a População Brasileira apresenta “Dez Passos para uma Alimentação Adequada e Saudável”, que incluem: basear a alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados; utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação; limitar o consumo de alimentos processados e evitar o consumo dos ultraprocessados; comer com regularidade e atenção; desenvolver e compartilhar habilidades culinárias; planejar o uso do tempo para a alimentação; e ser crítico em relação às informações veiculadas em propagandas.
A alimentação adequada e saudável é essencial em todas as fases do curso da vida, especialmente nos primeiros anos. Por isso, o ministério publicou também o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, que traz recomendações para a alimentação de crianças nos dois primeiros anos de vida com o objetivo de promover saúde, crescimento e desenvolvimento adequados. Além de apoiar as famílias, o material orienta ainda profissionais de saúde e também de outros setores para as práticas de educação alimentar e nutricional junto às famílias e comunidades.
Histórico do Guia
A primeira edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicada em 2006 pelo Ministério da Saúde, apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a população do nosso país. Ele foi uma das respostas do Brasil ao chamado da Estratégia Global para Alimentação, Atividade Física e Saúde da OMS, lançada em 2004.
Com as transformações sociodemográficas que impactaram as condições de saúde e nutrição da sociedade brasileira, foi necessário atualizar as recomendações. A segunda edição, desenvolvida em parceria com Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas), disponível desde 2014, foi elaborada após um amplo processo coletivo de participação social mediante oficinas de escuta e consulta pública que envolveu um extenso debate com diversos setores da sociedade.
Essa versão permanece atual, mesmo após uma década, frente ao cenário epidemiológico da população brasileira e sua relação com o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados. "As evidências científicas mostram que os problemas de saúde que estavam presentes na época da revisão entre 2011 e 2013, como as doenças crônicas não transmissíveis, continuam avançando e estão diretamente relacionados à alimentação inadequada", conclui a coordenadora.
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