Economia • 14:27h • 04 de dezembro de 2025
Programa Empreendedor Artesão estimula o artesanato paulista como negócio e fonte de renda
Iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico amplia oportunidades e abre caminhos para sustentabilidade, herança cultural e empreendedorismo
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Governo de SP
Voltado a fortalecer o artesanato paulista como atividade econômica e cultural, o Programa Empreendedor Artesão, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo (SDE), estimula o empreendedorismo entre artesãos de todos os segmentos do estado, oferecendo reconhecimento, capacitação, acesso ao mercado e oportunidades de renda.
Há 28 anos, Claudinei Roberto Nanzi, 69 anos, de Jundiaí, trabalha diariamente em seu ateliê transformando garrafas PET descartadas em personagens, animais, flores e figuras religiosas. O artesanato complementa sua renda, mas ele espera que se torne sua principal fonte de sustento. Para ele, o programa recém-lançado marca uma virada importante para a categoria. “Além da arte, somos empreendedores. O Estado precisa abrir portas. Fomos ouvidos na criação do programa e isso mudou tudo”, diz.
O Empreendedor Artesão foi estruturado para atender às principais demandas do setor e reúne pilares essenciais:
Formalização – emissão da Carteira do Artesão, orientação para abertura de negócios e atendimento itinerante;
Qualificação – cursos presenciais e online em gestão, marketing, vendas, ferramentas digitais e técnicas de artesanato;
Acesso ao crédito – linhas de financiamento do Banco do Povo e da Desenvolve SP para ampliar e modernizar a produção.
Antes de se dedicar ao artesanato sustentável, Claudinei trabalhou por 40 anos no comércio de madeira e presenciou a destruição ambiental. Aposentado, decidiu transformar esse passado em ação positiva ao reutilizar garrafas encontradas no Rio Jundiaí. Ele investiu em técnicas de metalização para criar peças que geram debate sobre reciclagem e preservação.

Artesã já viajou para países como Paraguai e Espanha durante suas pesquisas
A história de Elizabeth Horta Corrêa, 74 anos, de Atibaia, revela outra dimensão do artesanato: a preservação cultural. Há mais de duas décadas, ela pesquisa a renda Nhanduti, técnica paraguaia ancestral em risco de desaparecer. Diante da falta de referências no Brasil, viajou por vários países, estudou documentos antigos e reconstruiu a história da técnica. Em 2024, foi reconhecida como a única mestra brasileira do Nhanduti. A complexidade do trabalho, que exige horas para produzir pequenos módulos, sempre limitou sua escala, mas ela vê no programa uma oportunidade de fortalecer o artesanato tradicional e garantir sua continuidade. “Essas técnicas só sobrevivem quando há vontade ou política pública”, afirma.
O Programa Empreendedor Artesão une cultura, sustentabilidade, renda e valorização do trabalho manual, reforçando o papel do artesanato como patrimônio vivo e como fonte de desenvolvimento econômico no estado.
Aviso legal
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, integral ou parcial, do conteúdo textual e das imagens deste site. Para mais informações sobre licenciamento de conteúdo, entre em contato conosco.
Últimas Notícias
As mais lidas
Mundo
Todos os paulistanos são paulistas, mas nem todos os paulistas são paulistanos; entenda
Termos que definem identidade e pertencimento no Estado de São Paulo
Ciência e Tecnologia
Nova anomalia no 3I/ATLAS levanta hipótese inédita de mecanismo artificial no espaço