Variedades • 12:31h • 15 de julho de 2025
Por que o Dia do Homem é um convite para investir no autocuidado
Especialistas alertam para prevenção, saúde emocional e combate ao câncer de próstata, enquanto dados mostram avanços e desafios no cuidado com o corpo e a mente
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da LC Comunicação e Pipo Saúde | Foto: Divulgação

Celebrado em 15 de julho, o Dia do Homem no Brasil é um convite para repensar o autocuidado e abrir espaço para conversas sobre saúde física e emocional masculina. Apesar de avanços em hábitos preventivos, como maior prática de atividades físicas e redução do tabagismo, desafios importantes persistem do sobrepeso à negligência em relação a exames preventivos.
Levantamento realizado pela Pipo Saúde com quase 10 mil colaboradores entre janeiro e dezembro de 2024 mostra que o sedentarismo masculino caiu significativamente, passando de 54,9% em 2023 para 31,4% em 2024. O número de homens fisicamente ativos subiu para 68,3%, indicando maior engajamento com hábitos saudáveis. O tabagismo também recuou: a proporção de não fumantes chegou a quase 80%, com queda importante entre fumantes ativos.
Ainda assim, o sobrepeso continua em crescimento, passando de 38,7% para 42,3%, enquanto quadros de obesidade grau I e mórbida também aumentaram. A saúde mental segue como outro ponto de atenção: mais de 80% dos homens avaliados apresentam algum grau de risco, mesmo com uma melhora tímida no índice de saúde mental considerada normal, que subiu de 12,5% para 17,2%.
Arthur Geise, diretor médico da Pipo Saúde, destaca que o homem ainda procura atendimento médico de forma reativa, apenas quando não há outra opção. “A vantagem de se ter um exame específico para fazer é que, ao visitar o profissional de saúde, falamos sobre nossa saúde como um todo. O Dia do Homem serve como incentivo à busca por saúde mesmo sem ter um exame obrigatório. A parte mais valiosa da prevenção está numa boa conversa clínica em consulta”, explica.
Além das questões de hábitos e cultura, há alertas importantes sobre doenças graves. O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens no Brasil, com estimativa de 72 mil novos casos por ano até 2025. Diagnosticar precocemente faz toda a diferença: quando descoberto em estágio inicial, as chances de cura chegam a 90%. Ainda assim, muitos homens buscam ajuda apenas quando os sintomas estão avançados. Dados do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo indicam que 70% das consultas são marcadas por influência de mulheres ou filhos, e mais da metade dos pacientes chegam ao consultório com a doença em estágio avançado.
Para o Dr. Fernando Korkes, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein e chefe do Grupo de Uro-Oncologia da FMABC, o diagnóstico tardio limita as opções terapêuticas. “Mesmo para pacientes com poucas opções, existem terapias que trazem nova esperança. Mas quanto antes a doença for identificada, maiores as chances de sucesso e de acesso a abordagens adequadas para cada fase do câncer”, explica.
O urologista Dr. Rafael Siqueira, autor do livro "Tamanho é Documento?", reforça a importância de descomplicar a conversa sobre saúde masculina. Ele lembra que a ida ao urologista não deve se restringir ao exame de próstata: o especialista cuida de todo o sistema urinário e da saúde sexual, reprodutiva e hormonal do homem adulto. “A recomendação é clara: pelo menos uma consulta por ano para manter tudo em dia”, destaca.
Dr. Siqueira também ajuda a esclarecer dúvidas comuns que ainda geram constrangimento. Ele lembra, por exemplo, que não existe uma frequência “normal” para fazer sexo — o importante é o bem-estar do casal — e que a perda de ereção ocasional pode acontecer por vários fatores, devendo preocupar apenas quando se torna frequente. Sobre o pênis torto, ele explica que só requer tratamento quando a curvatura causa dor ou impede a relação sexual.
Para muitos especialistas, o Dia do Homem é mais do que uma data de conscientização: é um chamado para mudar o padrão cultural e valorizar o autocuidado como um compromisso com a própria vida e com quem está ao lado. Afinal, homens ainda vivem em média de cinco a sete anos a menos do que as mulheres, muitas vezes por descuido com a saúde.
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