• Polícia Civil investiga uso clandestino de medicamento em centros estéticos de Assis
  • Assis terá fim de semana com chuva, risco de granizo e alerta para mudanças em eventos abertos
  • Geminídeas 2025 prometem espetáculo de até 120 meteoros por hora no céu do Brasil
Novidades e destaques Novidades e destaques

Saúde • 17:05h • 16 de setembro de 2024

Por que a dengue é transmitida pelo Aedes aegypti?

Entenda como os vírus podem se adaptar a diferentes mosquitos

Da Redação/ Butantan | Foto: Lincoln Suesdek

Aedes aegypti
Aedes aegypti

Mesmo quem não é especialista em mosquito conhece bem – ou ao menos já ouviu falar – do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya no Brasil. O atual surto de dengue, que já ultrapassa 6,5 milhões de casos prováveis e 5,4 milhões confirmados só em 2024, reforça a importância de medidas como a vacinação e a eliminação de criadouros para reduzir a circulação do vetor. Em meio a tantas doenças transmitidas por mosquitos, fica a dúvida: por que os vírus infectam algumas espécies e outras não? Será que outros mosquitos também podem se tornar uma ameaça no futuro?

As respostas, segundo a bióloga e especialista em mosquitos Rafaella Sayuri Ioshino, que faz pós-doutorado no Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan, estão nas características evolutivas do inseto e nas mutações virais. “O Aedes aegypti se infecta porque existe uma interação entre as suas proteínas e as dos vírus. Como chave e fechadura, esse reconhecimento entre as proteínas permite que o vírus entre nas células do mosquito”, explica.

Esse processo ocorre quando a fêmea do mosquito, que precisa de sangue para produzir seus ovos, se alimenta de uma pessoa infectada. O sangue fica armazenado no intestino médio do inseto, onde é digerido, e as partículas virais infectam as células daquele tecido. O vírus então começa a se replicar e atinge a hemolinfa (circulação), infectando tecidos secundários como a glândula salivar. Ao picar outra pessoa, o mosquito transmite as partículas virais por meio da saliva.

Quando o ser humano infectado é picado por uma espécie que não tem capacidade de transmissão (ou seja, as proteínas virais não reconhecem as proteínas do mosquito), o vírus acaba morrendo dentro do mosquito por não conseguir entrar nas células – ambiente indispensável para sua sobrevivência.

No entanto, mutações podem permitir que os vírus se repliquem em outras espécies de mosquito. O problema se intensifica quando insetos periurbanos ou silvestres se adaptam às regiões urbanas e, consequentemente, atingem um maior número de pessoas – como é o caso do Ae. aegypti. Cada fêmea pode colocar em média 100 ovos, chegando a uma média de 400 por mês. No atual surto de dengue, Rafaella conta que chegou a coletar 2 mil larvas em uma única área comercial.

“No meio urbano, o mosquito possui condições muito mais favoráveis para realizar alimentação sanguínea e colocar os ovos. Se uma fêmea for infectada no início da vida adulta e conseguir viver por um mês, por exemplo, ela pode se alimentar no mínimo quatro vezes e transmitir o vírus para pelo menos quatro pessoas”, diz a cientista.

Outros mosquitos podem gerar preocupação


Aedes albopictus (Foto: CDC/Amy E. Lockwood)

Embora o Ae. aegypti seja o principal transmissor da dengue no Brasil, ele não é o único mosquito que transmite doenças. O Ae. albopictus, por exemplo, é o principal vetor da dengue no sudeste asiático. No Brasil, essa espécie ainda predomina no meio silvestre, mas têm migrado para regiões periurbanas (entre espaços rurais e áreas urbanas) e pode, eventualmente, se adaptar às cidades como o Ae. aegypti.

“Nas coletas de larvas realizadas no meio urbano, costumávamos encontrar somente a espécie Ae. aegypti. Hoje, já conseguimos coletar as espécies Ae. albopictus ou Ae. fluviatilis, por exemplo”, aponta a bióloga Rafaella Ioshino.

Outro arbovírus que tem chamado atenção é o vírus da Febre do Oropouche, que tem causado um surto no Amazonas desde o início do ano. Ele pode ser transmitido no meio urbano pelo Culex quinquefasciatus, o pernilongo comum, e no meio silvestre pelo Culicoides paraensis (maruim). A doença é semelhante às outras arboviroses e costumava aparecer em casos isolados nos estados da região amazônica, mas novos casos têm sido registrados em outros estados, como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Piauí, Roraima, Minas Gerais, Amapá, Bahia e Pernambuco.

Diante da possibilidade de patógenos infectarem novos mosquitos e do impacto das mudanças climáticas na proliferação desses insetos, que têm aparecido em regiões onde antes não circulavam, a especialista ressalta que a colaboração da população é essencial para reduzir os riscos de transmissão de arboviroses.

“Nós vivemos em um país com condições favoráveis para os mosquitos se desenvolverem o ano inteiro, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Se todos criassem o hábito de limpar as calhas, tampar adequadamente os reservatórios de água, realizar o descarte correto dos lixos, retirar água parada e lavar os reservatórios, pelo menos uma vez por semana, essas doenças seriam combatidas com maior facilidade”, ressalta a cientista.

Vale lembrar que, ao esvaziar os recipientes, o ideal é depositar a água no solo ou na terra dos vasos, locais onde a água vai secar, em vez de jogar no ralo. Assim, sem contato com a água, as formas imaturas do mosquito não conseguem sobreviver.

Últimas Notícias

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 19:29h • 12 de dezembro de 2025

Você sabe o que é staycation? Tendência cresce no Brasil e redefine o jeito de viajar

Modelo de descanso perto de casa ganha força com estadias curtas, preços mais acessíveis e aumento do turismo regional

Descrição da imagem

Mundo • 18:31h • 12 de dezembro de 2025

Dívida do cônjuge pode atingir patrimônio familiar, veja o que muda com decisão do STJ

Especialista explica como o regime de bens influencia na execução de dívidas, quais modelos oferecem maior proteção e como agir ao descobrir obrigações desconhecidas do cônjuge

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 17:33h • 12 de dezembro de 2025

Palmitalense Pedro Tirolli integra elenco da cinebiografia “Chorão: Só os Loucos Sabem” na CCXP25

Ator interpreta Champignon em todas as fases do filme e revela preparo especial para o papel durante participação nos palcos do evento

Descrição da imagem

Gastronomia & Turismo • 17:06h • 12 de dezembro de 2025

SP anuncia programa voltado ao turismo da terceira idade

Novo programa Turismo 60+ oferecerá roteiros completos e gratuitos pelo Estado para viajantes acima de 60 anos

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia • 16:50h • 12 de dezembro de 2025

Planetário fixo da Urânia abre em dezembro e promete experiências imersivas para crianças

Espaço abre ao público em 18 de dezembro com programação educativa voltada para crianças, famílias e escolas da região de BH

Descrição da imagem

Mundo • 16:14h • 12 de dezembro de 2025

Parada na rodovia exige atenção redobrada nas festas, veja recomendações da Entrevias

Concessionária alerta que interrupções por pane ou pneu furado exigem procedimentos corretos para evitar acidentes, especialmente no movimento intenso de dezembro e janeiro

Descrição da imagem

Cultura e Entretenimento • 15:32h • 12 de dezembro de 2025

Concurso de Dramaturgia abre inscrições gratuitas e premiará cinco obras em 2026

Seleção gratuita recebe textos até 2 de março de 2026 e premiará cinco obras originais de estudantes paulistas

Descrição da imagem

Policial • 15:28h • 12 de dezembro de 2025

Polícia Civil investiga uso clandestino de medicamento em centros estéticos de Assis

Operação cumpriu mandados de busca após denúncias sobre aplicação irregular de substância de uso médico

As mais lidas

Ciência e Tecnologia

Paralisação completa do 3I/Atlas intriga cientistas e realinhamento aponta para novo comportamento

Registros confirmados por observatórios independentes em três continentes mostram desaceleração em microetapas, parada total e ajuste direcional incomum, ampliando questionamentos sobre a natureza do visitante interestelar

Descrição da imagem

Ciência e Tecnologia

Como se preparar para o primeiro apagão cibernético de 2025