Ciência e Tecnologia • 18:08h • 28 de maio de 2025
Por que a DeepSeek ainda não ameaça o Copilot da Microsoft
Apesar do impacto inicial, IA chinesa enfrenta desafios de segurança, privacidade e falta de integração que mantém a liderança da Microsoft no mercado corporativo
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Entelligenzia via Solo Network | Foto: Divulgação

O lançamento do chatbot público da DeepSeek causou barulho no mercado de inteligência artificial. A promessa de uma IA poderosa, desenvolvida por uma empresa chinesa, chamou atenção pelo suposto baixo custo: apenas US$ 6 milhões. A comparação com investimentos bilionários de gigantes como OpenAI, Microsoft e Google gerou questionamentos sobre o futuro do setor.
No entanto, a euforia inicial rapidamente deu lugar a uma análise mais realista. Investigações mostraram que, na prática, a DeepSeek opera sobre uma infraestrutura robusta e caríssima bem distante dos US$ 6 milhões divulgados. De acordo com a SemiAnalysis, empresa especializada em análise de semicondutores, a DeepSeek possui cerca de 50 mil GPUs Hopper da NVIDIA, com investimentos que ultrapassam US$ 1,6 bilhão em servidores, além de custos operacionais que beiram US$ 944 milhões.
Além dos custos ocultos, a DeepSeek também enfrenta desafios sérios relacionados à privacidade e segurança. No início deste ano, um banco de dados com mais de um milhão de registros sensíveis ficou exposto na internet, incluindo históricos de chats, chaves de API e informações internas da empresa. O problema foi corrigido rapidamente, mas levantou dúvidas sobre a maturidade dos protocolos de segurança da companhia.
Outro fator que gera desconfiança no mercado global é a política de privacidade da DeepSeek, que permite o envio de dados dos usuários incluindo textos, áudios, arquivos e históricos de chat para servidores localizados na China. E, por lei, empresas chinesas são obrigadas a compartilhar essas informações com o governo sempre que solicitado, o que representa um obstáculo sério para empresas e governos estrangeiros que priorizam compliance e proteção de dados.
O trunfo da Microsoft
Se a DeepSeek tem potencial técnico, falta a ela algo que a Microsoft já domina: ecossistema, segurança e confiança. O Copilot não é apenas um chatbot; ele está totalmente integrado às ferramentas corporativas mais usadas no mundo Word, Excel, Outlook, Teams e outras soluções do Microsoft 365. Isso significa que a IA da Microsoft não funciona de forma isolada, mas como parte natural dos fluxos de trabalho de milhões de empresas em todo o mundo.
Outro diferencial competitivo é o histórico de compliance da empresa. A infraestrutura da Microsoft, baseada na nuvem Azure, oferece segurança, criptografia, proteção de dados e conformidade com legislações como a GDPR, na Europa, e a LGPD, no Brasil. Isso garante às empresas segurança jurídica e proteção dos dados sensíveis algo que a DeepSeek, operando sob as leis chinesas, não consegue oferecer no mesmo nível.
Além disso, a parceria sólida da Microsoft com a OpenAI garante acesso aos modelos de IA mais avançados, mantendo o Copilot em constante evolução. A combinação entre inovação, segurança e integração faz com que a Microsoft permaneça como líder no setor de IA corporativa um espaço onde a DeepSeek ainda não conseguiu provar que é capaz de competir.
No mercado de inteligência artificial, não basta ter um bom modelo. É preciso ter um ambiente confiável, seguro, auditável e integrado. E, nesse cenário, a DeepSeek está longe de ameaçar o que a Microsoft já construiu.
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