Saúde • 13:01h • 15 de setembro de 2025
População tem até hoje para opinar sobre a manutenção das bulas impressas
Consulta pública da Anvisa encerra nesta segunda-feira e pode definir o futuro das informações em medicamentos no Brasil
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

Termina hoje, segunda-feira (15 de setembro), o prazo para a população participar da consulta pública da Anvisa sobre a revisão das regras para elaboração e disponibilização das bulas de medicamentos. O tema, que integra a Agenda Regulatória 2026/2027, avalia a proposta de substituição gradual das bulas impressas pelas versões digitais, já em fase de projeto-piloto em algumas categorias de produtos.
Entre os 115 assuntos em debate, a mudança nas bulas é considerada uma das mais sensíveis, já que impacta diretamente a adesão ao tratamento e a segurança do paciente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 50% dos medicamentos são utilizados de forma incorreta, muitas vezes por falta de informação adequada, o que torna a bula um instrumento fundamental de saúde pública.
Modernização e riscos
O modelo digital permite informações atualizadas em tempo real, inclusão de vídeos e áudios explicativos e redução do uso de papel, mas especialistas alertam para a exclusão de quem não tem acesso regular à internet. Segundo o IBGE, cerca de 20,5 milhões de brasileiros — principalmente idosos e moradores de áreas rurais — ainda enfrentam dificuldades de conectividade.
“Defender a manutenção da bula impressa não significa recusar a modernização. É preciso assegurar que todos tenham acesso à informação, independentemente da tecnologia”, afirma a farmacêutica clínica Aline Alcântara, do Grupo AMR Saúde.
Como participar
A consulta pública está disponível no site da Anvisa e permite que qualquer cidadão registre sua opinião sobre a obrigatoriedade de manter a versão impressa, especialmente para medicamentos de uso cotidiano. A agência garante que, mesmo com a digitalização, a bula física continuará disponível mediante solicitação, mas a participação popular é considerada essencial para garantir que a transição seja feita com segurança, equidade e acessibilidade.
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