Cultura e Entretenimento • 12:35h • 21 de outubro de 2025
Ponte de Leitura inicia oficinas em escolas e espaços culturais de Assis
Projeto leva literatura e memória para escolas e espaços culturais, com ações antirracistas e diálogo com o 15º Festival da Consciência Negra
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Foto: Divulgação

Neste mês de outubro, o Projeto Ponte de Leitura está com o circuito de formações e oficinas em escolas públicas e espaços culturais de Assis, conduzidas por Agentes Comunitários de Leitura. A programação inclui rodas de conversa e atividades práticas centradas na literatura produzida por pessoas negras e indígenas, integrando acervo, histórias e vivências.
O projeto também impulsiona a ocupação da Biblioteca Comunitária, em articulação com o 15º Festival da Consciência Negra, promovido pelo Instituto do Negro de Assis Zimbauê. O objetivo é incentivar a leitura e o pensamento crítico sob uma perspectiva antirracista, fortalecendo debates sobre território, identidade, memória e representatividade.
Panorama das oficinas formativas
- Qual é a minha história — Agente: Julia Beatryz
Incentivo à leitura antirracista para aproximar crianças e jovens da literatura negro-brasileira, inspirada na Literatura do Encantamento Infantil e Juvenil (Kiusam de Oliveira). Aborda ancestralidade, corporeidade, identidade e memória. - Inesquecíveis: memória, música e ancestralidade — Agente: Julia Beatryz
Baseada na coleção “Inesquecíveis” (Kiusam de Oliveira), realiza imersão em oralidade e musicalidade do Maracatu. Propõe a criação coletiva de loa a partir de biografias de personalidades negras. Destinada a adolescentes, jovens e adultos. - Escreviver: o diário como ferramenta de reflexão e expressão — Agente: Eduardo
Leitura e escrita autoral a partir de “Quarto de despejo: diário de uma favelada” (Carolina Maria de Jesus). Metodologia com rodas literárias e círculos de cultura, referenciada em Paulo Freire (Leitura de Mundo) e Conceição Evaristo (Escrevivência). - A cidade é de quem? Fotografia como expressão e memória no espaço urbano — Agente: Eduardo
Inspirada em “Se a cidade fosse nossa” (Joice Berth), relaciona literatura negra e prática fotográfica para estimular olhar crítico sobre cotidiano, ocupação e resistência no território urbano. Voltada a jovens e adolescentes da rede pública. - Roda de conhecimento sobre o Hip Hop — Agente: Julia Thais
Introdução aos eixos do Hip Hop (conhecimento, grafite, batalha de rima), com referências da velha e nova escola no Brasil e no exterior. Debate representatividade, literatura marginal e o movimento como ferramenta de resistência. - Cuidados com o seu cabelo: tranças como resistência — Agente: Julia Thais
Valorização dos cabelos e cuidados como caminho para autoestima e enfrentamento de padrões de beleza. Apresenta técnicas de penteados e uso de turbantes, discutindo identidade, autocuidado e resistência. - Corpo espelho negro — Agente: Luana
Inspirada em “O negro visto por ele mesmo” (Beatriz Nascimento), propõe reflexão sobre estereótipos e estética negra e culmina na produção de autorretratos em diferentes linguagens, reforçando autoimagem e identidade. - Corpo território — Minha língua que vos fala — Agente: Luana
Também referenciada em Beatriz Nascimento, dirige-se a turmas da EJA. Estimula a ressignificação de palavras que marcaram trajetórias negras e afro-indígenas e encerra com arte coletiva em tintas naturais sobre corpo-território.
Onde e para quem
Parte das atividades ocorrerá dentro das escolas públicas; outras serão abertas ao público em equipamentos culturais do município. A ocupação da Biblioteca Comunitária integra a agenda em diálogo com o Festival da Consciência Negra.
O Ponte de Leitura se apresenta como ação formativa e cultural que utiliza a literatura para reduzir desigualdades, promover pertencimento e estimular participação comunitária.
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