Ciência e Tecnologia • 08:32h • 18 de maio de 2025
Pesquisadores identificam alvo promissor para tratamento de doenças neurodegenerativas
Estudo australiano aponta inibidor capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e reduzir a neuroinflamação ligada a Alzheimer, Parkinson e ELA
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Universidade de Monash | Foto: Divulgação

Cientistas do Instituto Monash de Ciências Farmacêuticas (MIPS), na Austrália, deram um passo importante na busca por tratamentos mais eficazes para doenças neurodegenerativas. Em um estudo pré-clínico publicado no Journal of Neuroimmune Pharmacology, os pesquisadores identificaram um potencial novo alvo terapêutico para reduzir a neuroinflamação, um dos principais mecanismos envolvidos no desenvolvimento de doenças como Alzheimer, Parkinson e doença do neurônio motor (ELA).
A pesquisa concentrou-se em uma proteína chamada FABP4 (proteína de ligação ao ácido graxo 4), cujos níveis estão elevados em células do sistema imunológico cerebral conhecidas como microglia, que, quando ativadas, contribuem para o declínio cognitivo e os processos inflamatórios no cérebro. Os cientistas avaliaram quatro possíveis inibidores da FABP4 e descobriram um composto com destaque por sua capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, requisito essencial para atingir o tecido cerebral com eficácia.
De acordo com o professor Joseph Nicolazzo, coautor do estudo, o composto selecionado demonstrou reduzir significativamente a neuroinflamação induzida pela microglia, além de apresentar propriedades físico-químicas compatíveis com a penetração no cérebro. Esse avanço coloca o inibidor como candidato principal para as próximas etapas do desenvolvimento de medicamentos.
O professor Martin Scanlon, também do MIPS, ressaltou que o estudo é fruto de anos de trabalho envolvendo a triagem e desenvolvimento de moléculas com características farmacológicas adequadas para o sistema nervoso central. "Estamos desenvolvendo inibidores do FABP4 com estrutura mais próxima das drogas que conseguem atravessar a barreira hematoencefálica", explicou.
Apesar de ainda estar em fase inicial, a descoberta representa uma esperança para o futuro tratamento de doenças que hoje não têm cura. O próximo passo dos pesquisadores será aprofundar os estudos sobre farmacocinética, farmacodinâmica e eficácia do composto.
Segundo dados da The Lancet Neurology, mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo convivem com algum tipo de condição neurológica — o que torna o avanço no campo das neurociências ainda mais urgente e necessário.
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