Saúde • 09:02h • 25 de setembro de 2025
Pesquisa testa pó natural contra doença periodontal
Estudo da Unesp avalia a morina, um composto natural presente em folhas, frutas e chás, que mostrou efeito antimicrobiano e antioxidante contra bactérias da gengivite e da periodontite. A expectativa é que o pó, usado em produtos de higiene bucal, possa se tornar uma alternativa aos antibióticos
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações de Agência SP | Foto: Divulgação/Governo de São Paulo
Um pó à base de morina, flavonoide encontrado na folha da goiabeira, na casca da maçã, no figo, em alguns chás e até em amêndoas, apresentou resultados promissores contra bactérias que causam a doença periodontal, que inclui gengivite e periodontite. Além da ação antimicrobiana, a substância demonstrou também efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes.
A pesquisa foi conduzida por cientistas da Faculdade de Odontologia da Unesp, em Araraquara, e publicada no Archives of Oral Biology. Nos testes de laboratório, a morina foi aplicada em biofilmes multiespécies – modelo que simula a ação das bactérias na gengiva dos pacientes.
Segundo a professora Fernanda Lourenção Brighenti, orientadora do estudo, a substância foi transformada em um pó fino, parecido com leite em pó, que pode ser usado em produtos como pastas ou enxaguantes bucais. “A ideia é oferecer uma alternativa natural que ajude no tratamento não cirúrgico da doença, especialmente para pessoas com dificuldade de escovação, como idosos e pacientes com necessidades especiais”, explica.
Além de ser barata e de fácil obtenção, a morina foi encapsulada em polímeros, o que garante liberação controlada na boca, maior tempo de ação e menos risco de toxicidade. Isso pode representar uma vantagem em relação a alguns produtos já disponíveis no mercado, que podem causar alteração no paladar, manchas nos dentes ou acúmulo de tártaro.
A pesquisadora Luciana Solera Sales, autora do estudo, destaca que o objetivo é transformar esse composto natural em um aliado no combate à cárie e às doenças periodontais. “Não adianta apenas consumir frutas que contenham morina. É preciso processar a substância para aproveitar seus benefícios de forma eficaz”, afirma.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo sofrem com doenças bucais, sendo a periodontite uma das condições crônicas mais comuns.
Os próximos passos da pesquisa incluem testes em modelos animais e, futuramente, em estudos clínicos com pacientes. A equipe também pretende investigar se a morina pode ajudar a evitar a descoloração dos dentes e manter o equilíbrio da microbiota bucal.
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