Ciência e Tecnologia • 17:18h • 04 de julho de 2025
Pesquisa brasileira usa Arara e Beija-flor como modelo para criar drones mais eficientes
Projeto da Fapesp desenvolve veículos aéreos bioinspirados com foco em menor gasto de energia, manobras avançadas e aplicação em logística, ecologia e até uso militar
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Unesp | Foto: Divulgação

Uma pesquisa inovadora apresentada na 25ª edição da FAPESP Week França aposta na fauna brasileira para criar a próxima geração de drones mais eficientes e versáteis. Inspirado em aves como a Arara-canindé e o Beija-flor, o projeto investiga como as características naturais desses animais podem ser replicadas em veículos aéreos não tripulados (VANTs), para reduzir o consumo de energia e permitir manobras mais complexas.
A pesquisa, conduzida pelo engenheiro Douglas Bueno, professor da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, é apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e deve ser concluída em 2028. “Por mais que consigamos transportar várias pessoas em uma aeronave, ainda não atingimos o nível da natureza. O voo de um pássaro é muito mais otimizado do que o de um avião”, explica Bueno, destacando o potencial de ganho em aerodinâmica e eficiência energética.
O estudo conta com mais de 21 pesquisadores, incluindo doutorandos, mestrandos e bolsistas de iniciação científica, além de colaboradores de universidades como a USP e a Universidade Federal da Grande Dourados. Eles atuam em quatro frentes principais: estrutura, aerodinâmica, eficiência energética e controle dos veículos.
Protótipo em desenvolvimento do VANT inspirado na arara-canindé | Imagem: Douglas Bueno
Entre os resultados iniciais, estão os modelos teóricos e computacionais para dois protótipos: um drone de médio porte inspirado na arara-canindé, reconhecida por seu porte robusto e aerodinâmica eficiente, e outro de pequeno porte baseado no beija-flor, conhecido por sua capacidade de pairar e executar manobras rápidas e precisas. Peças já começaram a ser impressas em 3D para testes práticos.
Além das aplicações logísticas, como transporte de cargas em maiores distâncias com menor consumo de energia, os drones bioinspirados podem ter uso estratégico em pesquisas ambientais e monitoramento da fauna, devido à capacidade de camuflagem no ambiente natural. “Isso oferece potencial também para uso militar, considerando-se a camuflagem natural e a possibilidade de instalação de câmeras no corpo do VANT”, afirma Bueno.
Outro diferencial estudado é a integração de painéis solares para permitir recarga em campo, reduzindo a necessidade de retorno frequente para abastecimento elétrico. As etapas futuras incluem o aprimoramento do controle e programação dos veículos, fundamentais para manobras seguras e autônomas.
Ao mesmo tempo em que acompanha o crescimento do mercado mundial estimado em mais de US$ 41 bilhões até 2026, o projeto mostra como a inovação brasileira pode transformar conhecimentos biológicos em avanços tecnológicos com múltiplas aplicações, da logística à preservação ambiental.
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