Mundo • 20:36h • 02 de outubro de 2025
Pesquisa aponta que medo de demissão silencia vítimas de assédio no trabalho
Estudo revela alta incidência de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, baixa adesão a canais de denúncia e impactos diretos na saúde mental e nas carreiras
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Edelman | Foto: Divulgação

O assédio no ambiente de trabalho ainda é uma realidade recorrente no Brasil. É o que revela a pesquisa Trabalho Sem Assédio 2025, conduzida pela Think Eva em parceria com o LinkedIn. O levantamento mostra que quase metade dos profissionais que sofreram assédio moral não denunciam por medo de demissão ou retaliação, e que 57% já presenciaram situações de assédio sexual no trabalho.
Apesar da maior visibilidade sobre o tema, o assédio moral segue como a forma mais citada de violência profissional. A insegurança e a falta de confiança nos canais internos agravam a subnotificação, segundo Ana Plihal, executiva de Soluções de Talento do LinkedIn. “A ausência de acolhimento e segurança psicológica nas organizações impacta diretamente a retenção de talentos, derruba a produtividade e prejudica a reputação das empresas”, afirma.
Assédio sexual segue pouco denunciado
Mais de um terço das mulheres afirma já ter enfrentado situações de assédio sexual durante a carreira. O estudo revela que 75% dos entrevistados vivenciaram ou testemunharam episódios de assédio ao menos uma vez por mês. Porém, apenas 10% das mulheres afetadas recorreram aos canais oficiais de denúncia.
Maíra Liguori, cofundadora da Think Eva, aponta que a impunidade e a exposição pública estão entre os principais motivos para o silêncio: “Fomentar uma cultura ética, com protocolos claros e canais confiáveis, é fundamental não só para os colaboradores, mas para os negócios.”
Impactos na saúde e na carreira
Entre os profissionais que sofreram assédio moral, os principais efeitos citados foram desânimo (43%), ansiedade e depressão (34%) e queda de autoconfiança (33%). Um em cada seis pediu demissão após vivenciar a violência, e um em cada três repensou os rumos da carreira. No caso do assédio sexual, 16% das mulheres que passaram por essa situação deixaram seus empregos como consequência direta.
Assédio nos meios digitais
O relatório também mostra que 29% dos profissionais já sofreram assédio moral em plataformas digitais e que 27% receberam mensagens de cunho sexual inadequado. No LinkedIn, abordagens românticas e assédio são consideradas violações das Diretrizes da Comunidade. A plataforma mantém ferramentas de denúncia e tecnologia para identificar e remover proativamente conteúdos abusivos.
Além disso, o LinkedIn aposta na verificação de identidade como recurso de segurança para dificultar práticas anônimas de assédio. A iniciativa busca ampliar a transparência e a responsabilidade entre os usuários.
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