Variedades • 18:29h • 16 de novembro de 2025
Perícia detalha como são investigadas mortes por descarga elétrica
Caso ocorrido em Osasco reacende debate sobre segurança em serviços de alta tensão
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da M2 Comunicação Jurídica | Foto: Divulgação
Um funcionário terceirizado da ViaMobilidade morreu na madrugada desta quinta-feira, 13 de novembro, após sofrer uma descarga elétrica durante manutenção realizada em um trem no pátio de Presidente Altino, em Osasco, na Grande São Paulo. O trabalhador executava reparos em uma caixa de alta tensão sob a composição quando entrou em contato com um condutor energizado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência constatou o óbito no local.
A ocorrência, registrada em ambiente ferroviário, reacende discussões sobre segurança elétrica e os procedimentos utilizados pela perícia para analisar mortes decorrentes de choque elétrico.
A médica perita Caroline Daitx, especialista em medicina legal e perícia médica, explica que a investigação começa pela busca de sinais característicos no corpo e nas roupas da vítima. Entre esses elementos está a chamada marca de Jellinek, lesão seca, endurecida, de bordas elevadas e centro deprimido, normalmente amarelada ou acinzentada, que tende a aparecer nos pontos de contato com a fonte elétrica, como mãos e ombros. As vestimentas também podem apresentar orifícios, fusão de fibras ou carbonização, indicando passagem de corrente ou arco elétrico.
A perita destaca que a ausência de queimaduras extensas não afasta a hipótese de eletrocussão, pois muitas mortes acontecem por fibrilação ventricular ou parada respiratória. No exame necroscópico, podem surgir achados como hemorragias puntiformes, áreas de coagulação proteica e lesões musculares como miofibrólise. Análises histopatológicas identificam alterações produzidas pelo calor elétrico, como vacuolização da epiderme e ruptura de fibras elásticas, enquanto exames toxicológicos auxiliam na exclusão de outras causas.
Em ocorrências industriais ou ferroviárias, a perícia também avalia o cenário do acidente, verificando a fonte energizada, possíveis falhas de isolamento e as condições dos Equipamentos de Proteção Individual. A posição do corpo, eventuais marcas de queda e o estado do vestuário contribuem para identificar o trajeto da corrente elétrica. A integração entre elementos técnicos e achados médico-legais permite determinar a relação entre o acidente e o óbito.
O caso reforça a necessidade de protocolos rigorosos de segurança, uso adequado de equipamentos de proteção e treinamentos contínuos para profissionais que atuam em operações de alta tensão.
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