Classificados • 09:21h • 20 de outubro de 2025
Pejotização: especialista explica quando o modelo PJ configura vínculo trabalhista irregular
Advogado alerta para os cuidados jurídicos que garantem a legalidade nas contratações
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Trevo Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1
A prática da pejotização, que consiste na contratação de profissionais por meio de pessoa jurídica (PJ) em vez de vínculo empregatício formal, tem ganhado destaque no cenário corporativo e jurídico brasileiro. Embora muitas vezes associada a tentativas de driblar a legislação trabalhista, o modelo pode ser legal e estratégico quando respeita os limites previstos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O STF, em diversas decisões, tem reconhecido a legalidade da contratação de prestadores de serviços por meio de pessoas jurídicas, desde que ausentes os elementos caracterizadores do vínculo empregatício, como subordinação e pessoalidade”, explica Marco Antônio, advogado especialista em Direito Empresarial e Trabalhista do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados.
O artigo 9º da CLT determina que são nulos os atos destinados a fraudar ou desvirtuar a aplicação da legislação trabalhista, o que reforça a necessidade de atenção e transparência nas relações contratuais. “A pejotização irregular ocorre quando o profissional atua como um empregado típico com controle de jornada, hierarquia e subordinação —, mas sem receber as garantias legais, como férias, 13º salário ou FGTS”, explica o advogado.
Riscos da pejotização irregular
A adoção inadequada desse modelo pode trazer consequências severas para as empresas, incluindo o reconhecimento judicial do vínculo de emprego e a obrigação de pagar retroativamente verbas trabalhistas, além de autuações do Ministério do Trabalho e ações por dano moral coletivo. Há também impacto direto na reputação da empresa.
Para o trabalhador, a pejotização requer cuidado redobrado. “No regime PJ, não há direitos como férias, 13º salário, FGTS ou seguro-desemprego, e cabe ao profissional cuidar da própria proteção em casos de doença ou acidente”, observa Marco. Além disso, o prestador pode ser responsabilizado civilmente como empresa em disputas legais.
Cuidados para uma pejotização legal
De acordo com o especialista, para que a pejotização seja juridicamente válida e segura, as empresas devem garantir a autonomia e independência do prestador de serviços. Entre as boas práticas recomendadas estão:
Contratos bem estruturados – devem definir com clareza o escopo do trabalho, responsabilidades e autonomia das partes, evitando ambiguidades.
Ausência de subordinação – o prestador deve ter liberdade para decidir como, quando e onde executará suas atividades, sem controle direto da contratante.
Sem exclusividade ou pessoalidade – o prestador precisa poder atender outros clientes e indicar substitutos, quando necessário.
Gestão documental e compliance – manter registros organizados e revisões periódicas dos contratos ajuda a garantir segurança jurídica e transparência.
Flexibilidade com responsabilidade
“A pejotização legal é uma alternativa viável para empresas que buscam flexibilidade e especialização, mas deve ser implementada com cautela e dentro dos parâmetros legais. O respeito às boas práticas contratuais e administrativas é essencial para assegurar a conformidade e minimizar riscos”, conclui Marco Antônio.
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