Mundo • 16:17h • 24 de julho de 2025
Patrulha, tecnologia e acolhimento: como o Paraná enfrenta a violência contra a mulher
Com programas como Mulher Segura, Patrulha Maria da Penha e uso de tecnologia, estado mostra como enfrentar a violência de gênero de forma estratégica, articulada e eficaz
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da AEN | Foto: Divulgação

O Paraná tem adotado um modelo de enfrentamento ao feminicídio que se destaca nacionalmente. A abordagem integra forças de segurança, programas educativos, tecnologia e mobilização social. No centro dessa estratégia está o Programa Mulher Segura, criado pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp) e que em 2024 foi expandido para os 399 municípios do estado.
A data de 22 de julho, instituída como o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, celebrada na última terça-feira, lembra o assassinato da advogada Tatiane Spitzner, ocorrido em Guarapuava. Desde então, a data se tornou símbolo da luta contra a violência de gênero e impulsionou o fortalecimento de políticas públicas para a proteção das mulheres.
O Programa Mulher Segura atua em duas frentes principais: uma voltada para o acolhimento e empoderamento das mulheres vítimas, e outra voltada aos homens, com foco na conscientização e mudança de comportamento. Já a Polícia Civil do Paraná mantém altos índices de elucidação dos crimes de feminicídio, com taxa próxima de 100%, graças à atuação especializada de suas delegacias.
A Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar, é outro pilar fundamental. O atendimento é iniciado a partir de denúncias ou medidas protetivas, com visitas frequentes às vítimas e fiscalização rigorosa dos agressores. Em muitos casos, essas visitas salvam vidas e evitam a reincidência da violência.
Um avanço tecnológico importante é o uso de tornozeleiras eletrônicas em agressores. O equipamento emite alertas tanto para a mulher ameaçada quanto para a Polícia Militar, caso o agressor se aproxime dela. O programa está em fase de implantação e já conta com investimento estadual de R$ 4,8 milhões.
A prevenção também passa por educação e acolhimento. Delegacias especializadas contam com salas adaptadas para escuta qualificada e orientação das vítimas. Em paralelo, ações educativas são promovidas para que as mulheres reconheçam sinais de abuso e saibam como buscar ajuda.
No dia 22 de julho, como parte das ações de mobilização, o estado promoveu a Caminhada do Meio-Dia, evento realizado simultaneamente em 179 municípios. A caminhada é organizada pela Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa e visa sensibilizar a população sobre a importância do enfrentamento à violência.
Além disso, o Paraná oferece uma ampla rede de atendimento com canais de denúncia e acolhimento:
Disque 190: situações de emergência
Disque 181: denúncias anônimas
197 (PCPR): denúncias à Polícia Civil
Delegacias físicas ou boletins online: www.policiacivil.pr.gov.br/BO
As ações do estado do Paraná não representam a realidade do interior paulista, mas servem de referência de boas práticas para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de proteção às mulheres em todo o Brasil.
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