Saúde • 14:09h • 07 de outubro de 2025
Outubro Rosa 2025 amplia acesso à mamografia e inclui mulheres com deficiência na campanha nacional
Campanha reúne sete das principais sociedades médicas do país e marca nova fase do movimento com foco na diversidade, no diagnóstico precoce e na equidade no tratamento do câncer de mama
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da MXP Assessoria | Foto: Arquivo/Âncora1

A edição 2025 da campanha Outubro Rosa chega com uma proposta mais abrangente, inclusiva e científica, resultado da união de sete importantes sociedades médicas brasileiras, entre elas a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). O projeto conjunto reforça o papel do movimento “Juntos Somos Mais Fortes – para todos”, ampliando o debate sobre prevenção, diagnóstico precoce e acesso equitativo ao tratamento do câncer de mama no Brasil.
As entidades participantes — SBM, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) — concentram esforços para fortalecer políticas públicas, combater a desinformação e garantir atendimento integral às mulheres, inclusive àquelas com deficiência.
Segundo o presidente da SBM, Tufi Hassan, a integração das entidades reflete o compromisso da medicina com a inclusão e o cuidado acessível a todas as brasileiras, com foco especial no diagnóstico precoce e na reparação física e emocional das pacientes. A campanha também conta com a participação da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, em ações educativas voltadas ao público jovem.
Mamografia a partir dos 40 anos: marco nas políticas públicas
Pela primeira vez, o Ministério da Saúde passa a recomendar oficialmente a mamografia “sob demanda” a partir dos 40 anos de idade, no Sistema Único de Saúde (SUS) — uma reivindicação histórica das entidades médicas. O rastreamento bienal permanece para mulheres de 50 a 74 anos, e acima dessa faixa a decisão será individualizada.
Estudos recentes da SBM e do Centro Avançado de Diagnóstico de Doenças da Mama (CORA/UFG), baseados em dados do DataSUS, mostram que apenas 22% das mulheres entre 40 e 49 anos realizaram mamografia na última década, e que mais da metade dos diagnósticos (54%) nessa faixa etária ocorrem em estágios avançados (III e IV).
“O diagnóstico precoce é o que mais salva vidas. A ampliação da mamografia no SUS representa um avanço histórico e um ganho real de oportunidade para milhares de mulheres”, afirma Hassan.
Inclusão e acessibilidade no atendimento
Uma das novidades da edição 2025 é a criação do Departamento de Saúde Inclusiva da SBM, voltado à promoção do acesso de pessoas com deficiência física, sensorial e cognitiva ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama. A meta é garantir estrutura adequada nos centros de atendimento, capacitação de equipes e protocolos adaptados.
A campanha adota o novo slogan “Juntos somos mais fortes – para todos”, reafirmando que o enfrentamento do câncer de mama precisa considerar a diversidade e as diferentes realidades das pacientes brasileiras.
Cirurgias reparadoras com garantia de acesso
A campanha também destaca a importância da Lei nº 15.171/2025, que entra em vigor em novembro e amplia o direito de mulheres mastectomizadas à cirurgia reparadora de mama, tanto no SUS quanto na saúde suplementar.
Atualmente, das 74 mil mulheres submetidas à mastectomia, apenas 20% realizam reconstrução mamária. A SBM tem atuado para aumentar esse número por meio de cursos práticos de formação em cirurgia oncoplástica realizados em Goiânia, Jaú e Salvador, além da Jornada Brasileira de Oncoplastia e parcerias internacionais. O Brasil é referência mundial: 50% dos mastologistas do país realizam reconstruções, índice cinco vezes superior ao dos Estados Unidos.
Testagem genética e acesso a medicamentos
Outro eixo de atuação da campanha é a implantação da testagem genética para mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 no SUS, medida essencial para identificar mulheres com risco elevado de desenvolver câncer de mama e ovário. Apesar de já prevista em lei, a testagem só é oferecida integralmente em Goiás, o que evidencia a necessidade de expansão nacional.
A SBM também chama atenção para desigualdades no acesso a medicamentos, como o trastuzumabe e o pertuzumabe, usados no tratamento do câncer de mama HER2+, e para a ausência da imunoterapia pembrolizumabe para o tipo triplo-negativo, o mais agressivo entre os subtipos da doença.
Pesquisas mostram que o custo médio do tratamento de um câncer de mama triplo-negativo em estágio IV pode ultrapassar R$ 1,7 mil por mês no SUS, chegando a mais de US$ 625 mil por paciente em casos avançados. Para a SBM, o acesso rápido a diagnóstico e terapias modernas é fundamental para salvar vidas e reduzir custos públicos.
Informação confiável contra fake news
Desde 2024, a campanha mantém o portal Juntos Somos mais Fortes, com informações validadas por especialistas para combater fake news e orientar a população sobre prevenção, rastreamento e tratamento. O site segue como pilar de referência da edição 2025.
Ao unir ciência, inclusão e informação, o Outubro Rosa 2025 busca tornar o enfrentamento do câncer de mama mais humano, acessível e efetivo.
“O câncer de mama tem cura quando diagnosticado precocemente. Com união, informação e acesso, conseguimos transformar essa realidade para todas as mulheres”, reforça Tufi Hassan.
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