Variedades • 16:30h • 05 de julho de 2025
Os riscos ocultos no salão de beleza: saiba como evitar doenças graves durante procedimentos estéticos
Infectologista alerta para transmissão de hepatites, HPV, fungos e bactérias por instrumentos não esterilizados e orienta cuidados fundamentais
Jornalista: Luis Potenza MTb 37.357 | Com informações da Assessoria | Foto: Divulgação

Ir ao salão de beleza é um momento associado ao cuidado pessoal e ao bem-estar, mas pode esconder ameaças reais à saúde. Procedimentos aparentemente inofensivos, como manicure, pedicure, escova ou depilação, podem se tornar fontes de transmissão de doenças graves se não forem seguidas normas rígidas de higiene e biossegurança.
De acordo com a Dra. Michelle Zicker, infectologista do São Cristóvão Saúde, os principais riscos envolvem hepatites B e C, doenças virais que podem ser transmitidas por instrumentos perfurocortantes não esterilizados, como alicates de unha. “Esses vírus são extremamente resistentes no ambiente: o da hepatite C sobrevive até 3 dias, e o da hepatite B pode permanecer ativo por até 7 dias”, explica a especialista.
Além dos alicates, outros itens usados em salões são potenciais veículos de contaminação. “Lixas, palitos, espátulas, toalhas reutilizadas e até ceras depilatórias reaproveitadas podem transmitir fungos, HPV e bactérias que causam infecções na pele”, alerta Dra. Michelle. O problema se agrava em estabelecimentos irregulares ou sem licença da Vigilância Sanitária, onde muitas vezes faltam equipamentos apropriados para esterilização.
Para se proteger, o cliente deve ficar atento a sinais básicos de segurança. Verificar se o salão possui licença da Vigilância Sanitária, observar o uso de materiais descartáveis como lixas, palitos, luvas e protetores plásticos em cubas e conferir se os instrumentos metálicos passam por esterilização em autoclave são cuidados indispensáveis. “Autoclave é o método mais seguro para eliminar vírus como o da hepatite. Limpezas com álcool ou água quente não são suficientes”, destaca a infectologista.
Ela também recomenda um gesto simples e eficaz: levar o próprio kit de manicure. “É a maneira mais segura de evitar contaminação cruzada com instrumentos usados em outras pessoas”, orienta.
Os profissionais de beleza também precisam adotar medidas rigorosas. O uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas descartáveis trocadas a cada atendimento, e a higiene frequente das mãos são práticas essenciais para proteger clientes e trabalhadores. Dra. Michelle lembra ainda da importância da vacinação contra a hepatite B, disponível gratuitamente no SUS. “Todo profissional da área da beleza deveria estar imunizado. É uma precaução básica que salva vidas”, reforça.
Em um mercado cada vez mais competitivo, prezar pela segurança e pela saúde deve ser prioridade. “A vaidade não pode estar acima do cuidado com a vida. Antes de se acomodar na cadeira do salão, é preciso avaliar o ambiente, questionar os processos de higiene e, se necessário, usar seu próprio material”, conclui a médica.
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