Ciência e Tecnologia • 08:02h • 20 de setembro de 2025
Óleo de tomilho vira arma promissora contra o mosquito da dengue
Tecnologia licenciada para empresa paulista foi capaz de eliminar em testes 100% das larvas do mosquito da dengue
Jornalista: Carolina Javera MTb 37.921 com informações do CFF | Foto: CFF

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um larvicida inovador a partir do óleo essencial de tomilho (Thymus vulgaris), conhecido pelo uso culinário e medicinal. A solução mostrou eficácia de até 100% na eliminação das larvas do Aedes aegypti em 48 horas, em testes realizados com apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da prefeitura de Adamantina (SP).
Protegida por patente, a tecnologia foi licenciada em 2024 para a startup Zöld Brasil, de Santana de Parnaíba (SP), que trabalha com soluções sustentáveis para controle de pragas. O produto está em processo de aprovação pela Anvisa, com previsão de chegar ao mercado no primeiro semestre de 2026.
O diferencial da inovação está na forma de aplicação: o óleo é encapsulado em partículas biodegradáveis de amido de milho, que afundam na água e liberam o princípio ativo gradualmente, mantendo efeito prolongado e reaproveitável por até cinco ciclos de chuva e seca. Assim, pequenas quantidades já são suficientes para controlar criadouros domésticos, como vasos, pneus e garrafas.
Segundo a engenheira química Ana Sílvia Prata, que liderou a pesquisa, o grande avanço está no carreador que permite a ação eficiente do óleo em meio aquático. “Após três dias, a concentração liberada é capaz de matar as larvas, sem necessidade de altas doses”, explica.
O produto tem vida útil superior a quatro anos e pode reduzir custos e riscos de contaminação ambiental. Apesar da limitação a pequenos focos, especialistas destacam o impacto positivo do uso em ambientes domésticos, onde se concentra a maioria dos criadouros do mosquito.
O projeto, apoiado pela Fapesp e premiado pela Inova Unicamp, contou também com a participação de Marcio Schmiele, Juliana Dias Maria e Johan Bernard Ubbink (Cal Poly, EUA). Após a liberação no Brasil, a empresa pretende buscar a internacionalização da tecnologia, identificando mercados no exterior com trâmites regulatórios mais rápidos.
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